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CONFLITO NO IÊMEN

Separatistas acusam Arábia Saudita de ataques aéreos no sul do Iêmen

Ação em Hadramout amplia tensão entre aliados e ameaça equilíbrio da coalizão contra houthis

26 dezembro 2025 - 14h10Associated Press*
separatistas acusam a Arábia Saudita de ataques aéreos
separatistas acusam a Arábia Saudita de ataques aéreos - (Foto: Reprodução)

Forças separatistas do sul do Iêmen acusaram a Arábia Saudita, nesta sexta-feira (26), de realizar ataques aéreos contra seus combatentes na província de Hadramout. Os sauditas não confirmaram a autoria das ofensivas, embora tenham emitido alertas recentes para que forças locais deixassem áreas tomadas pelos separatistas nas últimas semanas.

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A denúncia partiu do Conselho de Transição do Sul, grupo apoiado pelos Emirados Árabes Unidos e que defende a separação do sul iemenita. Segundo a organização, os ataques ocorreram no leste de Hadramout e elevaram ainda mais a instabilidade em um país que enfrenta uma guerra prolongada há mais de uma década.

Ainda não há confirmação oficial sobre o número de vítimas dos bombardeios aéreos. O episódio, no entanto, amplia o desgaste dentro da própria coalizão liderada pela Arábia Saudita, formada para combater os rebeldes houthis, grupo apoiado pelo Irã que controla parte do norte do Iêmen.

Em declaração à Associated Press, o representante especial de relações exteriores do Conselho, Amr Al Bidh, afirmou que combatentes do grupo atuavam na região após sofrerem “múltiplas emboscadas” de homens armados. Segundo ele, dois integrantes do Conselho foram mortos e outros 12 ficaram feridos nesses confrontos iniciais. Os ataques aéreos teriam ocorrido na sequência.

O Conselho informou que suas operações em Hadramout tinham como objetivo localizar um homem procurado e interromper rotas de contrabando que atravessam a região.

Alertas e disputas internas na coalizão - Líderes tribais locais interpretaram os ataques como um recado político. Faez bin Omar, integrante de uma coalizão de tribos em Hadramout, disse à AP que os bombardeios aparentaram ser um aviso direto para que o Conselho retirasse seus combatentes da área.

Uma testemunha dos ataques, identificada como Ahmed al-Khed, relatou ter visto veículos militares destruídos após os bombardeios. Segundo ele, os equipamentos pertenciam a forças aliadas ao Conselho de Transição do Sul.

O canal de televisão por satélite do grupo, AIC, exibiu imagens que afirmou terem sido gravadas por telefone celular durante os ataques. Em um dos vídeos, uma voz atribui explicitamente a ação a aeronaves sauditas.

Até o momento, autoridades da Arábia Saudita não responderam aos pedidos de esclarecimento da Associated Press. Um dia antes, o reino havia solicitado publicamente que os separatistas apoiados pelos Emirados se retirassem de áreas no sul do Iêmen.

Avanço separatista e tensão política - No início deste mês, o Conselho de Transição do Sul avançou sobre as províncias de Hadramout e Mahra, movimento que resultou na expulsão de forças ligadas às Forças de Escudo Nacional, grupo apoiado pela Arábia Saudita e integrante da mesma coalizão anti-houthi.

O avanço reacendeu o debate sobre a separação do sul do país. Integrantes e apoiadores do Conselho têm intensificado o uso da antiga bandeira do Iêmen do Sul, que existiu como país independente entre 1967 e 1990. Na quinta-feira, manifestantes se reuniram na cidade portuária de Aden para apoiar forças políticas que defendem a retomada da separação.

O episódio evidencia as fragilidades da aliança formada para enfrentar os houthis e expõe disputas internas que podem dificultar qualquer tentativa de estabilização no país.

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