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ESTIAGEM

Defesa Civil leva oficinas a MS para enfrentar seca no Pantanal

Ação do governo federal busca alinhar medidas locais ao plano nacional de combate à estiagem no bioma

28 julho 2025 - 07h29Redação
Oficinas da Defesa Civil em MS buscam alinhar ações locais ao plano nacional contra seca no Pantanal
Oficinas da Defesa Civil em MS buscam alinhar ações locais ao plano nacional contra seca no Pantanal - (Foto: SOS Pantanal/Gustavo Figueiroa)

O Mato Grosso do Sul recebe, a partir desta semana, uma oficina técnica e uma base temporária da Defesa Civil Nacional para enfrentar os efeitos da seca no Pantanal. A ação faz parte do Plano Nacional de Enfrentamento à Estiagem Amazônica e Pantanal (PNEAP/2025), lançado pelo governo federal como resposta à pior crise hídrica dos últimos anos na região.

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Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que 17% do bioma já foi atingido por queimadas em 2024, o equivalente a 2,6 milhões de hectares. Um levantamento do MapBiomas aponta ainda uma queda de 61% na área alagada do Pantanal em relação à média histórica.

Ações coordenadas - As oficinas, que ocorrerão em Campo Grande, têm o objetivo de alinhar medidas locais com as estratégias federais. “Como se trata de um plano nacional, essa etapa das oficinas é muito importante para que o planejamento dos órgãos federais tenha conexão com a realidade local”, afirma Rafael Félix, coordenador-geral de Gerenciamento de Desastres da Defesa Civil Nacional.

Além de Mato Grosso do Sul, nove estados da Amazônia Legal também vão receber oficinas e bases temporárias: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. No Pará serão duas bases; no Amazonas, três. As estruturas serão instaladas em prédios públicos já existentes.

A missão será conduzida por técnicos da Defesa Civil Nacional, integrantes do Sistema Federal de Proteção e Defesa Civil (SIFPDEC), com experiência em articulação interinstitucional.

Prevenção e logística - O PNEAP prevê ações preventivas em vez de respostas emergenciais tardias. Um dos objetivos centrais é antecipar o envio de insumos essenciais por via fluvial, antes do colapso dos rios, evitando o uso de transporte aéreo, mais caro e limitado.

“Nos últimos anos, comunidades só puderam ser atendidas por via aérea, o que encareceu as ações. Com o PNEAP, conseguimos antecipar a entrega por via fluvial, garantindo abastecimento e economia”, diz Félix.

O plano articula diversos setores — como saúde, assistência social, meio ambiente e defesa civil — e se baseia no Plano de Ação Integrada (PAI). Entre os eixos de atuação estão:

  • Monitoramento: acompanhamento hidrológico e meteorológico para identificar áreas de risco;
  • Assistência humanitária: apoio emergencial às populações afetadas;
  • Logística: transporte e armazenamento antecipado de insumos;
  • Proteção e saúde: fornecimento de materiais médicos e estratégias de atendimento em comunidades isoladas;
  • Governança: coordenação entre órgãos públicos e comunicação integrada.

Bioma sob pressão - Desde 2018, o Pantanal enfrenta secas prolongadas, agravadas por eventos climáticos extremos e aumento das temperaturas. A vegetação seca funciona como combustível para as queimadas, cuja propagação tem sido cada vez mais rápida e intensa.

“A seca extrema em 2024 intensificou a ocorrência e a propagação de incêndios”, diz Eduardo Rosa, da equipe MapBiomas Água.

Com biodiversidade única e importância ambiental global, o Pantanal tem sofrido pressão crescente. O desafio do PNEAP é unir forças locais, estaduais e federais para responder de forma articulada aos impactos da estiagem — e evitar um colapso ambiental e humanitário.

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