
Imagine uma cerâmica indígena com traços ancestrais ou um cesto feito com fibras naturais do Pantanal sendo presenteado a uma autoridade estrangeira. O artesanato de Mato Grosso do Sul, com toda sua riqueza cultural, está prestes a ganhar novos horizontes. O Sebrae/MS lançou, nesta quarta-feira (5), o edital Valoriza MS, que vai selecionar peças artesanais de pequenos produtores para compor um catálogo oficial de trocas protocolares.

As chamadas trocas protocolares acontecem durante encontros formais entre governos, instituições e empresas, em que presentes simbólicos são entregues. “Essa é uma forma de mostrar ao Brasil e ao mundo o que o nosso Estado tem de melhor. Além disso, queremos incentivar outras instituições a adotar essa prática e, assim, gerar mais oportunidades de renda para os artesãos”, afirma Sandra Amarilha, diretora-técnica do Sebrae/MS.
O edital está aberto até o dia 14 de fevereiro e permite a inscrição de Microempreendedores Individuais (MEIs), Microempresas (MEs) e cooperativas do setor artesanal. Os interessados precisam ter a Carteira Nacional do Artesão ativa, requisito básico para participar.

Oportunidade de negócios - Os artesãos selecionados terão suas peças registradas em uma ata de preços e poderão ser chamados para fornecer seus produtos conforme a demanda dos eventos oficiais. O edital prevê que as peças escolhidas sejam usadas em diversas ocasiões, fortalecendo a presença cultural do Estado.
Para a empresária Joice Carla Marques, que atua no setor de turismo, essa é uma iniciativa importante para dar visibilidade ao trabalho dos pequenos produtores. “Além de incentivar a economia local, essa ação permite que os turistas que visitam a região conheçam o artesanato e queiram levar um pedacinho do Pantanal para casa. É a nossa cultura cruzando fronteiras”, explica.
Por que o artesanato importa? Mato Grosso do Sul tem no artesanato um forte pilar cultural, especialmente em comunidades indígenas, onde as técnicas manuais são passadas de geração em geração. Peças de cerâmica, cestaria e madeira carregam elementos da identidade regional e refletem a relação dos povos com o território.
Para o Sebrae, transformar essa tradição em uma fonte de renda sustentável é um passo importante para a inclusão produtiva. Dados da instituição apontam que o artesanato brasileiro movimenta cerca de R$ 50 bilhões por ano, e iniciativas como essa ajudam a ampliar esse mercado.
Agora, resta saber quais peças serão selecionadas para representar o Estado nos próximos encontros oficiais. De um tabuleiro de xadrez de madeira a uma cerâmica pintada à mão, o artesanato sul-mato-grossense pode conquistar o mundo, peça por peça.
