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VÍDEO: Avanço da espuma tóxica no Rio Tietê é registrado por satélite

Imagens captadas por satélites mostram a expansão da espuma no Rio Tietê em Salto, causada por esgoto não tratado; governo paulista promete investimentos em saneamento até 2029

5 agosto 2025 - 10h15José Maria Tomazela
Foto: A imagem de satélite captada no dia 1.o de agosto mostra quanto avançou a espuma no Rio Tietê, em Salto, comparando com o registro de 19 de julho
Foto: A imagem de satélite captada no dia 1.o de agosto mostra quanto avançou a espuma no Rio Tietê, em Salto, comparando com o registro de 19 de julho - Crédito: Imagens: PlanetScope via SCCON

Imagens de satélites a 550 km de distância da Terra revelaram o avanço da espuma tóxica que cobre o Rio Tietê, em Salto, interior de São Paulo. Registros feitos no dia 19 de julho mostram uma pequena concentração de espuma próximo à cachoeira da cidade, enquanto uma nova imagem, de 1º de agosto, revela a expansão do fenômeno, que se estende agora por cerca de 5 quilômetros até o limite da área urbana, no sentido oeste.

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O governo de São Paulo, juntamente com a Sabesp, atribui o crescimento da espuma ao despejo de esgoto não tratado, destacando que os investimentos em saneamento estão sendo realizados para universalizar o tratamento até 2029.

A SOS Mata Atlântica explica que a espuma é causada pela presença de detergentes e saponáceos no esgoto, um reflexo de práticas inadequadas de despejo de resíduos. O problema é histórico e ocorre quando substâncias químicas e resíduos industriais são despejados diretamente nos rios.

As imagens foram captadas pela constelação Dove, da Planet, composta por mais de 130 satélites. A plataforma SCCON, especializada em geotecnologia, realiza o monitoramento diário da superfície terrestre, oferecendo alertas e informações valiosas para órgãos municipais e estaduais. Essas imagens fazem parte do programa Brasil MAIS, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, utilizado para alertas climáticos e tomada de decisões emergenciais.

Investimentos e fiscalização - A Sabesp, responsável pelo saneamento básico no estado, informou que o fenômeno é resultado de um histórico de esgoto não tratado, que ainda afeta diversas regiões. A companhia destacou que, até 2023, o volume de esgoto não tratado na Grande São Paulo correspondia a 22 mil piscinas olímpicas por mês. Para combater esse problema, a Sabesp está investindo R$ 70 bilhões em projetos para universalizar o saneamento até 2029. Em seu primeiro ano de desestatização, a empresa atendeu 1,4 milhão de pessoas com o tratamento de esgoto.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) acompanha de perto o problema da espuma no Rio Tietê e intensificou a fiscalização de estações de tratamento e de indústrias e municípios que ainda não tratam esgoto. Este ano, multas no valor de R$ 3,8 milhões foram aplicadas. O governo paulista anunciou que, até 2029, pretende investir R$ 20 bilhões em saneamento e conectar 2,2 milhões de domicílios à rede de esgoto.

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