
O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, chegou nesta terça-feira (21) à prisão de La Santé, em Paris, para começar a cumprir uma pena de 5 anos de prisão por conspiração criminosa relacionada ao suposto financiamento de sua campanha presidencial de 2007 com recursos ilegais da Líbia.

Sarkozy, de 68 anos, torna-se o primeiro ex-chefe de Estado da França moderna a ser preso. “Um homem inocente está sendo preso”, declarou ele antes de ser levado à penitenciária, onde permanecerá em confinamento solitário por questões de segurança.
A decisão do juiz de manter Sarkozy preso mesmo enquanto ele aguarda julgamento de recurso é incomum e tem causado comoção política e jurídica na França.
O tribunal francês concluiu que aliados de Sarkozy, incluindo os ex-ministros Claude Guéant e Brice Hortefeux, mantiveram contatos com o regime líbio de Muamar Kadafi para tentar obter apoio financeiro ilegal. No entanto, não foi comprovado que Sarkozy tenha recebido diretamente os valores nem que os recursos tenham sido efetivamente usados na campanha que o elegeu presidente.
Mesmo assim, o juiz afirmou que Sarkozy “permitiu que pessoas próximas entrassem em contato com autoridades líbias com o propósito de buscar financiamento de campanha”, o que caracterizaria envolvimento em conspiração.
O advogado Christophe Ingrain afirmou à rede BFM TV que a prisão apenas fortalece a determinação de Sarkozy em provar sua inocência. Ele revelou que o ex-presidente pretende escrever um livro sobre sua experiência na prisão.
“Ele está revoltado, mas decidido a lutar”, disse Ingrain. “A prisão de um homem que sempre serviu à República é um choque para todos.”
