cassems
14-BIS

"Santos Dumont era um homem brilhante e doce", diz romancista holandês

Uma história real após a morte do brasileiro trouxe enredo em formato de mistério ao romance histórico O Homem com Asas

23 outubro 2021 - 05h23
Santos Dumont era um homem brilhante e doce, diz romancista holandês
"Santos Dumont era um homem brilhante e doce", diz romancista holandês - (Foto: Benjamin Moser/Direitos reservados)

Não foi apenas a vida inventiva de Alberto Santos Dumont que chamou a atenção de um dos principais escritores contemporâneos holandeses - o romancista Arthur Japin, de 65 anos de idade. Uma história real após a morte do brasileiro trouxe enredo em formato de mistério ao romance histórico O Homem com Asas (The Winged Man), lançado há cinco anos

Canal WhatsApp

Japin soube que o coração do brasileiro foi retirado pelo médico Walter Haberfeld, que ficou responsável por tratar o corpo antes do sepultamento. O coração foi recuperado na década de 1940 e foi guardado em uma peça em exposição no Museu Aeroespacial, no Rio de Janeiro.

Os detalhes dessa intrigante história, segundo Japin, homenageiam a trajetória e os sentimentos do brasileiro, por quem o autor estrangeiro ficou impressionado. “Se a vida se esvai do coração, o coração se esvai da vida. A única maneira de fazê-lo bater de novo é buscando a história por detrás dele”, justifica Japin na obra.

Em entrevista à Agência Brasil, Arthur Japin considera que os feitos de Santos Dumont precisam ser permanentemente difundidos. “Acho que devemos saber mais sobre Santos Dumont, não só na Europa, mas em todo o mundo. Talvez meu livro tenha ajudado um pouco. Qualquer um que o leu agora sabe a verdade”.

Ao mergulhar na vida de Santos Dumont, o autor holandês também defende que o pioneirismo do brasileiro não deve ser colocado em dúvida. “Não tenho dúvidas de que este foi o primeiro voo de avião de todos os tempos. Toda Paris viu Alberto decolar, antes mesmo que alguém ouvisse falar dos irmãos norte-americanos Wright, cuja única testemunha é a irmã deles", disse. "Ele era um homem que amava as pessoas e queria fazer do mundo um lugar melhor e mais amoroso", completa. Leia a entrevista:

Agência Brasil: A respeito do voo com o 14-Bis, em outubro de 1906, você acredita que essa conquista extraordinária é suficientemente reconhecida pelo mundo?

Arthur Japin: Não tenho dúvidas de que este foi o primeiro voo de avião de todos os tempos. Toda Paris viu Alberto decolar, antes mesmo que alguém ouvisse falar dos irmãos norte-americanos Wright (cuja única testemunha é a irmã deles). Em meu livro, explico por que Alberto, uma vez que sua invenção foi usada para guerra e lançamento de bombas, não teve problemas com os americanos assumindo a "culpa" por inventar aviões. Mas sim, acho que devemos saber mais sobre Santos Dumont, não só na Europa, mas em todo o mundo. Talvez meu livro tenha ajudado um pouco. Qualquer um que o leu agora sabe a verdade.

Arthur Japin
O escritor holandês Arthur Japin visita réplica do 14-Bis, localizado no Museu Aeroespacial do Rio de Janeiro - Foto: Benjamin Moser/Direitos reservados

14

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop