
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou neste domingo (24), em entrevista à emissora NBC News, que não há possibilidade de uma reunião iminente entre o presidente russo Vladimir Putin e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

A declaração, apesar de reafirmar que Putin está “pronto” para se encontrar com Zelensky, indica que não existe qualquer agenda definida ou planejamento concreto para que a cúpula aconteça em breve.
“Putin está pronto para se reunir com Zelensky quando houver uma agenda para a cúpula. Mas essa agenda ainda não está pronta de jeito algum”, disse Lavrov.
Recuo esfria tentativas de mediação internacional
A fala de Lavrov ocorre num momento em que diversos atores internacionais, incluindo o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, demonstraram interesse em atuar como mediadores em um possível cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.
O comentário do chanceler russo, no entanto, pode ser interpretado como um revés para esses esforços diplomáticos, especialmente os impulsionados por líderes ocidentais nos bastidores.
Mesmo com o discurso de que "a Rússia quer a paz", Lavrov não apresentou qualquer avanço concreto rumo à negociação — e o contexto recente mostra o oposto.
Bombardeios russos aumentaram nos últimos dias
Apesar da declaração de interesse em uma solução pacífica, a entrevista de Lavrov veio poucos dias após a Rússia intensificar seus ataques aéreos contra o território ucraniano. Segundo Kiev, os bombardeios mais recentes foram os mais pesados das últimas semanas, atingindo infraestrutura civil e áreas urbanas em diferentes regiões do país.
O governo ucraniano, por sua vez, tem reiterado que não aceitará qualquer acordo que envolva concessões territoriais, enquanto o Kremlin mantém a exigência de que parte do território ucraniano atualmente sob controle russo seja reconhecida como pertencente à Rússia — ponto que bloqueia as negociações.
Agenda congelada e perspectivas incertas
A guerra na Ucrânia se arrasta desde fevereiro de 2022, com milhares de mortes, destruição em larga escala e sanções severas contra a Rússia. Apesar de diversas tentativas de intermediação feitas por organizações internacionais e países neutros, a ausência de avanços concretos e a continuidade das ações militares indicam que um cessar-fogo ainda está distante.
Enquanto isso, a Ucrânia segue pressionando por mais ajuda militar internacional, principalmente dos Estados Unidos e da União Europeia, enquanto a Rússia aposta no desgaste prolongado do conflito para enfraquecer o governo de Zelensky.
