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INTERNACIONAL

Secretário americano Marco Rubio visita Israel em meio a intensificação dos ataques em Gaza

Pelo menos 13 palestinos morreram em ataques aéreos enquanto EUA buscam equilíbrio entre aliados na região

14 setembro 2025 - 11h50AP
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio. - (Foto: Kent Nishimura/ The Washington Post)
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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, esteve em Israel neste domingo (14), enquanto as Forças Armadas israelenses intensificavam ataques no norte de Gaza, destruindo prédios e provocando a morte de pelo menos 13 palestinos.

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Antes de embarcar, Rubio afirmou que buscaria respostas das autoridades israelenses sobre o futuro da região, após o ataque a líderes do Hamas no Catar na semana passada, que prejudicou os esforços para negociar o fim do conflito. A visita de dois dias também simboliza o apoio americano a Israel, que tem enfrentado crescente isolamento internacional.

A ONU realizará esta semana um debate controverso sobre o compromisso com a criação de um Estado palestino, medida à qual o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se opõe veementemente.

A visita de Rubio ocorreu em meio à insatisfação do presidente Donald Trump com Netanyahu pelo ataque israelense em Doha, que, segundo Trump, não foi comunicado aos Estados Unidos previamente.

No domingo, Rubio e Netanyahu, acompanhados de suas esposas e do embaixador americano em Israel, Mike Huckabee, visitaram o Muro das Lamentações. Netanyahu afirmou:
"A visita de Rubio prova a durabilidade e força da aliança israelense-americana, tão sólida quanto as pedras do Muro que acabamos de tocar."

Na sexta-feira, Rubio e Trump se reuniram com o primeiro-ministro do Catar para discutir as consequências da operação israelense. As reuniões consecutivas com Israel e Catar mostram a tentativa do governo americano de equilibrar relações entre aliados, mesmo diante da condenação internacional ao ataque em Doha, que deixou ao menos seis mortos.

O ataque israelense prejudicou ainda as negociações para um cessar-fogo entre Israel e Hamas, cujo tema deve dominar a próxima sessão da Assembleia Geral da ONU.

No domingo, pelo menos 13 palestinos morreram e dezenas ficaram feridos em ataques israelenses. Entre os alvos estavam um veículo próximo ao hospital Shifa, uma rotatória na cidade de Gaza e uma tenda em Deir al-Balah, que matou seis membros da mesma família. Segundo o hospital Al-Aqsa, foram mortos dois pais, seus três filhos e a tia das crianças, que haviam fugido de Beit Hanoun na semana anterior.

O exército israelense afirmou que os ataques tinham como objetivo postos de observação do Hamas e áreas usadas para coleta de informações sobre o movimento das tropas. Vários prédios foram destruídos após aviso aos moradores, incluindo a torre Kauther, no bairro de Rimal.

Moradores criticam a destruição: "Eles querem transformar toda a cidade em escombros e forçar uma nova Nakba", disse Abed Ismail, referindo-se à expulsão de cerca de 700 mil palestinos em 1948. Israel nega acusações de genocídio.

Além das mortes por ataques, Gaza enfrenta fome e desnutrição. Dois adultos morreram nas últimas 24 horas por causas ligadas à escassez de alimentos, elevando o total para 277 óbitos desde junho. Outras 145 crianças morreram por desnutrição desde o início da guerra em outubro de 2023.

Mais de 1,2 mil caminhões de ajuda humanitária, principalmente alimentos, entraram em Gaza na última semana, mas ainda insuficientes para atender a população, segundo trabalhadores humanitários.

Equipes internacionais conseguiram reparar uma das três tubulações que levam água de Israel a Gaza, aumentando a quantidade diária para 14.000 metros cúbicos. No entanto, a faixa continua com acesso limitado, e famílias ainda dependem de caminhões-pipa a cada dois ou três dias.

A atual guerra em Gaza começou em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas invadiu o sul de Israel, sequestrando 251 pessoas e matando cerca de 1,2 mil civis. Israel retaliou, e a ofensiva já matou pelo menos 64.871 palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, metade deles mulheres e crianças. Aproximadamente 90% da população da faixa, cerca de 2 milhões de pessoas, foi deslocada, e grande parte das cidades foi destruída.

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