Grupo Feitosa de Comunicação
(67) 99974-5440
(67) 3317-7890
31 de outubro de 2025 - 16h33
GERAL

Dani Monteiro denuncia abandono de famílias no IML após megaoperação com 121 mortos no Rio

Deputada do PSOL afirma que parentes convivem com corpos sem refrigeração e critica ausência do Estado; Defensoria monta força-tarefa para acolhimento

31 outubro 2025 - 08h30Adriana Victorino
Famílias se cadastram para reconhecer corpos no IML do Rio
Famílias se cadastram para reconhecer corpos no IML do Rio - (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A deputada estadual Dani Monteiro (PSOL-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), denunciou nesta quinta-feira (30) as condições do Instituto Médico-Legal (IML) Afrânio Peixoto, no centro do Rio. O local realiza os exames de necrópsia das vítimas da megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais.

Canal WhatsApp

Segundo a parlamentar, familiares estão dormindo na porta do instituto, expostos ao forte cheiro de corpos em decomposição, devido à suposta falta de refrigeração. “O que vimos nos últimos dias é a face mais cruel da violência de Estado. Famílias estão dormindo na porta do IML, convivendo com o cheiro dos corpos dos seus entes queridos sem refrigeração. Isso não é política de segurança, é abandono estatal”, afirmou Dani Monteiro durante a reunião “Rio Sem Massacre”, realizada no auditório da Escola do Legislativo (Elerj).

Até a tarde desta quinta, o governo do Estado informou que mais da metade dos 117 corpos oficialmente contabilizados já havia sido identificada e começado a ser liberada. A Secretaria de Estado de Saúde foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento da reportagem.

Ainda conforme o governo, o IML está sendo utilizado exclusivamente para os casos relacionados à operação policial. O atendimento às famílias está sendo feito em um prédio do Detran, anexo ao instituto. Demais casos estão sendo direcionados ao IML de Niterói, na região metropolitana.

A Defensoria Pública do Estado afirmou que foi impedida de acompanhar as perícias, mas montou uma força-tarefa com 40 profissionais para prestar assistência às famílias. Segundo a defensora Mirela Assad, da Coordenação Geral de Programas Institucionais (Cogpi), 106 famílias já buscaram atendimento para emissão de documentos, sepultamentos gratuitos e traslado de corpos para outros Estados. Ela destacou que a falta de familiares de alguns mortos tem dificultado a identificação.

Dani Monteiro acompanhou a comitiva do governo federal que esteve nas comunidades e no IML para prestar apoio. “Direitos humanos não são obstáculos, mas a base de uma política pública séria. Nenhuma política de segurança se sustenta sobre o sangue do seu povo”, disse.

O Ministério Público do Estado está utilizando uma tecnologia que permite a reconstrução digital dos corpos, registrando com precisão as lesões externas para auxiliar nas investigações.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop

Deixe seu Comentário

Veja Também

Mais Lidas