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AJUDA HUMANITÁRIA

Ribeirinhos do Pantanal recebem ajuda humanitária em ação do governo do Mato Grosso do Sul

Apoio essencial alcança comunidades isoladas no coração do Pantanal

30 agosto 2024 - 15h15Iury de Oliveira
Ribeirinhos agradecem ajuda humanitária no coração do Pantanal
Ribeirinhos agradecem ajuda humanitária no coração do Pantanal - (Foto: Ewerton Pereira)

No coração do Pantanal, especificamente na região do Taquari, comunidades ribeirinhas enfrentam a realidade de isolamento e difícil acesso a serviços básicos. Foi nesse cenário que, entre os dias 25 e 31 de agosto, mais de 230 famílias receberam ajuda vital por meio da Operação Humanitária organizada pelo Governo do Estado do Mato Grosso do Sul, através da Defesa Civil.

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A iniciativa, que se destacou pelo caráter abrangente e humanitário, proporcionou a distribuição de cestas básicas, água mineral e atendimento médico a moradores das comunidades Corixão, Cedrinho, João Banana, Escola Nazaré, Porto Rolon e Fazenda Santa Aurélia. Com bases de atendimento estrategicamente instaladas dentro das comunidades, a operação facilitou o acesso dos ribeirinhos aos recursos e serviços oferecidos, gerando um impacto positivo e imediato na vida dessas famílias.

Cestas básicas chegando nas comunidades (Foto: Leonardo Rocha)Cestas básicas chegando nas comunidades (Foto: Leonardo Rocha)

Gratidão e alívio nas palavras dos moradores - O sentimento de gratidão permeou as falas dos ribeirinhos atendidos pela operação. Rosalino da Costa Leite, morador da comunidade Cedrinho, destacou a importância da ação: "Sou nascido e criado na comunidade, o que mais a gente sofre é com a distância e por ficar isolado. Esta ação social é uma benção para a população daqui", afirmou. Para Rosalino, que vive com a esposa no Pantanal e já trabalhou muitos anos com a pesca, a permanência na região é uma escolha de vida. "Apesar das dificuldades, não deixo a região por nada. Quero ficar aqui a vida inteira", completou.

Rosalino da Costa Leite, morador da comunidade CedrinhoRosalino da Costa Leite, morador da comunidade Cedrinho

Para Greice Estra Soares, moradora de Corixão, a operação coincidiu com um momento especial: seu aniversário. "Um apoio importante para nós, pois esta região é muito longe e fica difícil o acesso à saúde. Demora muito até chegar na cidade. É muito gratificante receber ajuda com a cesta, água e ainda conseguir se consultar com o médico. Um presente neste dia", declarou.

Greice Estra Soares, moradora de CorixãoGreice Estra Soares, moradora de Corixão

Aracilda de Souza, também residente em Corixão, compartilhou sua experiência de vida no Pantanal. "Aqui é um local maravilhoso para se viver, agora estamos vivendo esta seca grande. Gratificante receber toda esta ajuda, para ir a Corumbá é muito complicado, espero que voltem cada vez mais. Aqui nasci e quero morrer", relatou.

Aracilda de Souza, também residente em CorixãoAracilda de Souza, também residente em Corixão

A jovem Naiara Rodrigues, de 25 anos, que trocou a vida na cidade pelo interior do Pantanal ao se casar aos 15 anos, reforçou a necessidade de assistência na região. "Tudo que estão fazendo hoje vai ajudar bastante, tem muita criança e idosos aqui", comentou.

A jovem Naiara Rodrigues, de 25 anos, que trocou a vida na cidade pelo interior do PantanalA jovem Naiara Rodrigues, de 25 anos, que trocou a vida na cidade pelo interior do Pantanal

Acesso difícil e serviços essenciais - O isolamento geográfico das comunidades ribeirinhas do Pantanal é um dos principais desafios enfrentados pelos moradores. Viviane Soares, moradora da comunidade Rio Negro, destacou a importância do atendimento médico proporcionado pela operação. "Graças a Deus estava tudo certo com minha saúde, pois médico aqui é muito longe, demora muito pra ir de carro até a cidade. Se vier direto vai facilitar a vida de todos", afirmou.

Viviane Soares, moradora da comunidade Rio NegroViviane Soares, moradora da comunidade Rio Negro

Para Adrielsson Pereira, que viveu sua infância no Corixão e hoje atua como auxiliar de cozinha na Operação Ribeirinhos, a ação representou um alento para aqueles que enfrentam as dificuldades de locomoção na região. "Quando era pequeno tinha que ir de cavalo pra escola, era duas horas montado até chegar lá. Sempre gostei de morar no Pantanal, mas a locomoção é realmente um problema", disse. Adrielsson ainda relatou a alegria de contribuir com a operação, preparando um almoço típico para a equipe: arroz carreteiro, mandioca frita e salada.

Adrielsson Pereira e sua avóAdrielsson Pereira e sua avó

Atendimento humanizado marca a ação - Além do fornecimento de alimentos e água, a operação destacou-se pelo atendimento humanizado, especialmente na área da saúde. Uma equipe composta por cinco profissionais — médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem — esteve disponível para consultas e distribuição de medicamentos, garantindo que todos os presentes fossem atendidos. "Nossa equipe de saúde realizou o atendimento humanizado, atencioso e completo. Foi dado o encaminhamento para quem precisa continuar o tratamento em Corumbá", explicou o capitão da Defesa Civil, Maxwelbe de Moura Fé, responsável pela coordenação da operação.

O diferencial da operação não se limitou à saúde humana. Animais de estimação também receberam cuidados veterinários, incluindo exames, aplicação de vacinas e fornecimento de remédios. Essa atenção aos detalhes contribuiu para um atendimento completo e satisfatório para as comunidades ribeirinhas.

Equipes da Defesa Civil percorreram as comunidades dentro do PantanalEquipes da Defesa Civil percorreram as comunidades dentro do Pantanal

Conjunto de ações vai além da ajuda imediata - A operação não se restringiu ao atendimento emergencial. Em parceria com a Secretaria de Assistência Social e dos Direitos Humanos (Sead), os ribeirinhos puderam se cadastrar no programa "Mais Social", que oferece um cartão no valor de R$ 450,00 mensais para a compra de alimentos e produtos de higiene. Além disso, foram realizados atendimentos psicológicos em um ambiente reservado, com o objetivo de ouvir as necessidades emocionais dos moradores.

Atendimento médicoAtendimento médico

Ao final da operação, o capitão Maxwelbe avaliou o impacto das ações como altamente positivo e produtivo. "Conseguimos atender todos os moradores das comunidades que foram ao local, de uma forma eficiente, com atendimento médico, assistência social, atendimento psicológico, até com a médica veterinária. Uma população muito querida, que tem as suas necessidades, e neste momento amenizar o sofrimento destas pessoas, que estão tão distantes dos centros urbanos e precisam deste serviço público", concluiu.

Capitão Maxwelbe avalia como produtiva a ação no PantanalCapitão Maxwelbe avalia como produtiva a ação no Pantanal

Perspectivas para o futuro - As atividades da Operação Humanitária foram apenas o começo de um esforço que pode se tornar contínuo. Segundo o capitão Maxwelbe, a ideia é que, a partir das informações coletadas nesta primeira edição, um projeto seja elaborado para garantir que o atendimento não seja limitado ao período de incêndios florestais, mas se estenda ao longo do ano, oferecendo suporte permanente às comunidades ribeirinhas do Pantanal.

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