
Na tentativa de resolver os conflitos entre indígenas e produtores rurais na Terra Parambi/Lagoa Rica, em Douradina, a 195 km de Campo Grande, uma reunião de mediação foi realizada nesta segunda-feira (22) na sede do Ministério Público Federal (MPF) em Dourados. Porém, o encontro terminou sem uma resolução definitiva, e os indígenas continuam acampados na área disputada.

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Apesar das discussões, as partes não chegaram a um consenso, e uma nova reunião foi agendada para a próxima segunda-feira (29). O deputado Coronel David (PL/MS), que participou da reunião como coordenador da Frente Parlamentar Invasão Zero, deu mais detalhes sobre o encontro.
"Tivemos uma reunião que durou um certo tempo aqui no MPF, buscando realmente soluções para que esses conflitos acabem de imediato, bem como também as ocupações", relatou o deputado. Ele ainda mencionou que foi estabelecido que haverá uma próxima reunião na segunda-feira, durante a qual serão realizadas negociações entre uma produtora rural e a comunidade indígena.
"Há a possibilidade de que em Mato Grosso do Sul, tenhamos uma solução inédita para o Brasil, buscando a permuta de uma área e contemplando assim a comunidade indígena e a produtora rural em questão. Tudo isso será analisado, e esperamos que esta reunião e a grande disposição do MPF, do Governo do Estado e dos parlamentares federais que também estiveram presentes, possam estabelecer um marco para buscar o fim da violência e dos possíveis conflitos que poderiam ocorrer na área, e assim encontrar uma solução melhor para todos, sem violência e sem ocupação", explicou Coronel David.
Desde o último dia 16, o Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou o emprego de agentes da Força Nacional em ações estatais para preservar a ordem e a integridade em aldeias indígenas do Cone Sul do Mato Grosso do Sul e nas regiões fronteiriças do Estado.
De acordo com o texto, a tropa federativa atuará por 90 dias, oferecendo apoio às ações da Polícia Federal (PF) e em articulação com os órgãos de segurança pública do Estado. O número de agentes que serão enviados ao MS não foi divulgado.
O envio de novos contingentes da Força Nacional para o MS acontece em meio a um quadro de escalada da violência fundiária no Estado. Desde o fim de junho, grupos indígenas intensificaram o que classificam como “retomada” das terras originariamente pertencentes a seus povos.
