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Mais de 50 horas após a queda durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, ainda não há confirmação sobre o salvamento da publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos. Autoridades locais apontaram neste domingo, 22, que uma nova visualização por drone não encontrou a jovem no local onde havia sido identificada.

Familiares e amigos têm relatado desencontro de informações, inclusive sobre a veracidade de que Juliana teria recebido alimentos e bebidas, como foi divulgado no sábado, 21.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores apontou que as autoridades locais seguem em contato com a embaixada brasileira. "Equipes de resgate continuam na área, trabalhando em condições difíceis, segundo as autoridades indonésias", destacou.
A visibilidade baixa causada por neblina e outros fatores teriam dificultado o resgate, previsto para a manhã deste domingo, no horário local, cujo fuso horário está 11 horas à frente do registrado em Brasília. Novas informações oficiais não foram divulgadas, embora já seja noite na Indonésia. O acidente ocorreu na madrugada de sábado.
Segundo autoridades locais, uma equipe foi mobilizada para a realização do resgate. "O esforço enfrenta desafios difíceis, especialmente o terreno extremo e o clima, com intenso nevoeiro", apontaram em comunicado.
As informações oficiais são de que a equipe chegou ao local na tarde de sábado. Por volta das 20h, teria descido por 300 m, chamou pela jovem, mas não conseguiu contatá-la.
De acordo com as autoridades, os trabalhos chegaram a ser interrompidos ao longo do domingo por causa de "nevoeiro espesso e clima úmido", o que atrapalhou o uso do drone térmico. Após uma reunião, foram definidos dois esquemas de busca: manual (via corda) e pelo ar (com drone térmico).
Familiares e amigos estão divulgando um apelo nas redes sociais para uma maior mobilização das autoridades da Indonésia e do Brasil pelo salvamento da brasileira - que estava na ilha Lombok, um dos principais destinos turísticos do país asiático. Além disso, apontam ter recebido informações inverídicas de fontes oficiais, de modo que estão buscando atualizações com contatos locais.
"O resgate não aconteceu. Depois das 17h30, no horário local, pararam as buscas. Ninguém chegou até a Juliana. Ninguém sabe onde a Juliana está, Juliana está desaparecida", afirmou Mariana Marins, irmã da publicitária, em rede social.
Segundo a irmã, novas informações apontam que a jovem havia sido abandonada pelo grupo em que estava, pois sentia cansaço, e o guia decidiu continuar a subida com os demais viajantes. "Abandonaram a Juliana. Ela passou a noite sozinha, sem comida, sem agasalho, sem água, sem nada", diz.
O pai da jovem, Manoel Marins, também se manifestou nas redes sociais, criticando a atuação das autoridades. "É muito triste, é muito grave: é uma menina de 26 anos, cidadã brasileira. E ninguém, com exceção de nós, familiares e amigos, está se importando."
Juliana fazia uma trilha com uma agência especializada local. Ela teria deslizado cerca de 300 metros após uma queda em uma região considerada de difícil acesso.
De Niterói, no Rio de Janeiro, a brasileira fazia um "mochilão" pela Ásia. Parte das suas experiências eram compartilhadas no Instagram, com registro de passagens por países de diversos continentes, como Espanha, Holanda, Vietnã, Alemanha, Uruguai e Egito.
No Linkedin, Juliana indica ter trabalhado em empresas do grupo Globo, como Multishow e Canal Off, além da agência de marketing Mynd e do evento Rio2C, voltado à indústria criativa. Em seu perfil, também consta a formação em Comunicação pela UFRJ.
