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POSSÍVEL GREVE

Representantes dos caminhoneiros de MS vão à Brasília discutir possível greve

De acordo com o presidente do Sindcam-MS, a resposta ainda não é negativa nem positiva, e a discussão esclarecerá a adesão à greve convocada pelo cantor e ex-deputado Sérgio Reis

16 agosto 2021 - 15h20Victória de Oliveira
Greve dos caminhoneiros ainda é incerta em MS
Greve dos caminhoneiros ainda é incerta em MS - (Foto: Marcelo Camargo)

Representantes dos caminhoneiros de Mato Grosso do Sul estão com viagem marcada para Brasília nesta terça-feira (17). Isso porque será discutido outras entendidas a possibilide adde adesão a uma possível greve no dia 7 de setembro convocada pelo ex-deputado e cantor Sérgio Reis neste domingo (15).

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De acordo com o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros do Estado (Sindcam-MS), Osny Carlos Bellinati, o assunto será discutido. “A entidade está em Brasília para saber o que fazer. Estamos indo para lá amanhã, então ainda não posso dar uma resposta positiva ou negativa”, explica.

O representante do Sindcam-MS disse, ainda, que o cantor Sérgio Reis não representa a categoria, frase já repetida por outras lideranças nacionais dos motoristas de caminhão, como apontou o Estadão. Eles afirmam, também, que o Ministério da Infraestrutura, nos bastidores, não leva a mobilização a sério.

Wallace Landim, o Chorão, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) mandou um recado direto para o cantor e ex-deputado. "Nosso saudoso, grandioso cantor Sérgio Reis. O senhor, quando deputado federal, o senhor nunca subiu na tribuna para falar em nome dos caminhoneiros", lembrou. Entre os projetos de sua autoria no site da Câmara, não há nenhum relacionado à atuação dos motoristas de caminhão.

Convocação - Ontem, o cantor Sérgio Reis em áudio e vídeo atribuídos a ele e que circulam em grupos de WhatsApp e no Twitter, convocou uma greve nacional de caminhoneiros para protestar contra os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), um dos alvos de ataques do presidente, de quem o músico é aliado. No sábado, 14, por meio das redes sociais, Bolsonaro disse que apresentará ao Senado um pedido de impeachment dos ministros Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso.

"Nós vamos parar 72 horas. Se não fizer nada, nas próximas 72 horas, ninguém anda no País, não vai ter nem caminhão para trazer feijão para vocês aqui dentro", disse Reis em uma reunião, em Brasília, com representantes do agronegócio, sentado ao lado do presidente da Aprosoja, Antonio Galvan. "Nada vai ser igual, nunca foi igual ao que vai acontecer em 7, 8, 9 e 10 de setembro, e se eles não obedecerem nosso pedido, eles vão ver como a cobra vai fumar, e ‘ai’ do caminhoneiro que furar esse bloqueio", ameaçou no vídeo.

Em um dos áudios, o cantor chega a sugerir que o movimento conta com apoio financeiro para manter os manifestantes hospedados e alimentados em Brasília por mais de um mês. O artista dá a entender que o presidente Jair Bolsonaro apoia o movimento. Ele afirma ter chegado de Brasília, onde teria almoçado com Bolsonaro e participado de uma reunião com produtores de soja, além de integrantes do Ministério da Defesa e do Exército, Marinha e Aeronáutica. "Todos os fortes. São pessoas importantes que não tinha ideia do que estava sendo preparado pelos caminhoneiros", disse.

Contrários - Representantes dos caminhoneiros negam a adesão ao movimento e afastam da participação em qualquer manifestação política. "A grande maioria não vai participar, pelo menos dos nossos associados", afirmou o presidente da Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB), José Roberto Stringasci. Segundo ele, a entidade representa atualmente cerca de 45 mil motoristas autônomos.

O da Abrava também negou o envolvimento da categoria no ato. "Não nos envolvemos com política, nem a favor de governo ou contra governo, nem a favor do STF (Supremo Tribunal Federal) ou contra o STF", disse.

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