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Fechamento de universidades prejudicou estudantes que se mudaram para Capital

Estudantes contam suas experiências durante o período

10 novembro 2021 - 10h30Denize Rocha e Nathalia Alcântara
Ludmila Duarte e Beatriz Abdian, colegas de curso na UFMS
Ludmila Duarte e Beatriz Abdian, colegas de curso na UFMS - (Foto: Arquivo)

A pandemia da Covid-19 afetou o mundo todo, pessoas foram impactadas cada uma de uma maneira diferente, na perda de entes queridos, e algumas até adiaram sonhos. Todos nós fomos prejudicados de alguma forma.

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Medo. É o que destaca a acadêmica de Engenharia de Produção, Ludmila Duarte, 21, que veio de Anastácio para Campo Grande estudar. Depois de mais de um ano de pandemia, ela conta que ainda sente medo e fica nervosa sem saber o que pode ou não acontecer.

No estado, o primeiro caso de covid-19 foi confirmado em 14 de Março de 2020, e no dia 31 a primeira morte. Em abril a quantidade ultrapassava 200 casos confirmados. Tudo aconteceu muito rápido, e os números subindo notavelmente.

As faculdades decidiram fechar por um período indefinido, logo a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), decidiu encerrar as atividades presenciais e iniciou uma série de medidas de prevenção.

Por ser uma faculdade pública, concorrida por meio de um vestibular próprio, e modalidades como Enem/SISU, muitas pessoas se deslocam da sua cidade natal para ingressar na UFMS.

No início do semestre letivo, aonde acadêmicos vieram de outros estados e cidades para cursarem, o sentimento era incerteza. Agora, eles precisariam decidir entre voltar para sua cidade natal, ou ficar no local alugado para cursar a faculdade.

“Durante o início da pandemia, decidi retornar para minha cidade, para economia de dinheiro e por me sentir mais protegida em casa, por achar que a pandemia não iria durar tanto. Acabei não entregando minha casa, mas depois de um ano, decidi que até para me focar mais nos estudos a melhor opção seria retornar a Campo Grande”, acrescenta a estudante.

Ludmila Duarte retorna a sua cidade natal - Foto: Arquivo

Com as aulas remotas, não apenas os acadêmicos, mas as famílias em si, tiveram que se adaptar para a nova modalidade. As experiências são inúmeras.

A colega de curso de Ludmila Duarte, Beatriz Abdian, 22, é de Valinhos – São Paulo, ela conta que teve dificuldades em estudar remotamente, até pela adaptação da família.

“Nós que moramos fora da casa dos pais para estudar, quando voltamos, queremos ficar com eles, passar tempo. Então, quando eu voltei pra casa dos meus pais, eu percebi isso, que eles não entendiam quando eu falava ‘agora não dá para conversar, pois preciso estudar”. Às vezes eu estava estudando com fone de ouvido e eles conversando, como se eu não tivesse estudando, como se aquilo não fosse sério o suficiente para delimitar o espaço. Isso foi complicado. o fuso horário também me confundia”.

Além dos prejuízos financeiros causados pelo advento, a falta de costume com a modalidade remota acarretou em desafios para sua graduação.

“Como o meu curso é de exatas, a maior dificuldade foi entender e acompanhar as explicações dos cálculos, até pela idade dos professores, que não estão tão acostumados com tecnologias suficientes para uma explicação mais detalhada, além das matérias que necessitavam de programas específicos e que ainda tínhamos que entender como funcionava para utilização”.

Para ela, conciliar a vida pessoal e a vida acadêmica em casa, foi um desafio, uma questão de manter a disciplina. “Foi ter disciplina para acompanhar tudo é dar conta de todos os afazeres da faculdade em casa, não misturar a vida pessoal com nossos estudos, não deixar acumular”, explica.

Ademais, a UFMS pretende retomar suas atividades presenciais em Março de 2022, de acordo com o anúncio feito em setembro, pelo reitor Marcelo Turine.

Mas, algumas faculdades decidiram retornar antes, devido ao avanço da vacinação no estado, como é o caso da Universidade Anhanguera-Uniderp e da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), que reiniciaram suas atividades presenciais na segunda semana de setembro deste ano.

O Coronavírus causou pânico, desânimo, dor e uma tristeza enorme. Apesar das batalhas que foram enfrentadas e as novas que estão sendo até o presente momento, é de certa forma “reconfortante”, chegar até aqui com uma das coisas mais valiosas que aprendemos a cuidar e dar valor durante a pandemia: a vida.

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