
O cenário para as eleições presidenciais de 2026 começa a ganhar contornos mais claros — e distintos da polarização que marcou os últimos pleitos. Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (13), cresce entre os brasileiros o desejo por uma alternativa fora do eixo Lula-Bolsonaro. Para 24% dos entrevistados, o melhor resultado seria a vitória de um nome que não esteja ligado nem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nem ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Outros 17% querem alguém completamente de fora da política.
A pesquisa ouviu 2.004 pessoas presencialmente entre os dias 6 e 9 de novembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o índice de confiança é de 95%.
Lula perde apoio para disputar reeleição - O levantamento também revela que aumentou o número de brasileiros contrários a uma nova candidatura de Lula. Agora, 59% dizem que o petista não deveria concorrer a um quarto mandato — número maior do que os 56% registrados em outubro. Entre os que apoiam a reeleição, houve queda: de 42% para 38%.
O presidente havia confirmado sua intenção de disputar a eleição de 2026 em 23 de outubro, durante viagem à Indonésia.
Bolsonaro também enfrenta rejeição - Mesmo inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Jair Bolsonaro segue se apresentando como pré-candidato. No entanto, o levantamento mostra que 67% dos entrevistados acham que o ex-presidente deveria apoiar outro nome em 2026. Apenas 26% defendem que ele volte a disputar o cargo.
Apesar da rejeição à sua reeleição, Lula ainda aparece à frente na maioria dos cenários de segundo turno testados. Dos dez nomes avaliados, o petista venceria nove. A única situação de empate técnico é uma possível reedição do segundo turno de 2022: Lula aparece com 42% das intenções de voto, contra 39% de Bolsonaro.
A pesquisa também apontou uma oscilação negativa na avaliação da gestão de Lula, especialmente nas questões relacionadas à segurança pública. O levantamento foi feito poucos dias após declarações polêmicas do presidente sobre o combate ao tráfico de drogas.
Em 24 de outubro, Lula afirmou que “traficantes também são vítimas de usuários”. A frase teve ampla rejeição: 81% dos entrevistados discordam da declaração. Mesmo entre os eleitores que se identificam com o petista, a desaprovação chegou a 66%.
Outro ponto de crítica foi a avaliação de Lula sobre a operação contra o tráfico no Rio de Janeiro, em 28 de outubro, classificada por ele como “desastrosa”. A maioria dos brasileiros (57%) também discorda dessa opinião.

