
Equipes especializadas de bombeiros militares do Rio Grande do Sul estão a caminho de Mato Grosso do Sul para reforçar o combate aos incêndios florestais que devastam a região pantaneira. Com previsão de chegada neste fim de semana, os 11 bombeiros trarão consigo quatro picapes equipadas e diversos instrumentos necessários para enfrentar as chamas.

A mobilização ocorre em resposta a um pedido de apoio do governo sul-mato-grossense, que enfrenta uma das piores temporadas de incêndios dos últimos anos. Em uma ligação telefônica, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, destacou a importância de retribuir a ajuda recebida durante as enchentes que afetaram o estado gaúcho em maio deste ano. "O Rio Grande do Sul recebeu muita ajuda no momento de calamidade e agora, na medida de nossa possibilidade, nós também enviamos ajuda para aqueles que estão precisando", afirmou Leite em vídeo publicado nas redes sociais.
O secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Sandro Caron, informou que a equipe permanecerá em Mato Grosso do Sul por duas semanas, podendo estender a operação caso seja necessário. Caron ressaltou a importância da colaboração interestadual no combate a desastres naturais. "Essa ação é um exemplo da integração entre os estados, semelhante ao apoio que recebemos", disse.
Combate ao fogo (Foto: Corpo de Bombeiros/MS)
Pantanal em chamas: uma emergência nacional - Mato Grosso do Sul está em estado de alerta máximo devido à propagação dos incêndios, que já avançam não apenas no Pantanal, mas também em áreas de Cerrado e Mata Atlântica. A Operação Pantanal, que completou 143 dias, já contabiliza 474 ações de combate e 448 de prevenção aos focos de incêndio. As condições climáticas adversas, como as altas temperaturas que chegam a 41°C, umidade relativa do ar em 10% e rajadas de vento de 50 km/h, agravam a situação e facilitam a disseminação das chamas.
Segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a área queimada no Pantanal de Mato Grosso do Sul já ultrapassa 1.495.475 hectares até 6 de agosto, um aumento de 114% em comparação ao mesmo período de 2020, até então considerado o pior ano para incêndios na região.
Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) também revelam um aumento preocupante nos focos de calor, que chegaram a 6.026, representando um crescimento de 38% em relação a 2020. A situação exige uma resposta rápida e eficaz, e a chegada das equipes gaúchas é um passo importante nesse sentido.
Esforços conjuntos para enfrentar a tragédia - Atualmente, a Operação Pantanal envolve 516 profissionais de diversas instituições, incluindo 128 bombeiros militares de Mato Grosso do Sul, que atuam em localidades como Campo Grande, Corumbá, Anastácio, Miranda, Bonito e Porto Murtinho. A operação também conta com o apoio de 82 integrantes da Força Nacional de Segurança Pública, 12 militares do Exército, 2 da Força Aérea, além de policiais federais e estaduais, agentes do IBAMA, ICMBio e brigadistas do PrevFogo.
Helicópteros dos governos estadual e federal, juntamente com 38 veículos aquáticos e terrestres, estão sendo utilizados para combater as chamas por ar e por terra. A chegada das equipes do Rio Grande do Sul, portanto, representa um reforço significativo nos esforços para controlar os incêndios que assolam o bioma pantaneiro.
O impacto ambiental e econômico dos incêndios é imensurável, afetando a biodiversidade única do Pantanal, que abriga espécies endêmicas e ecossistemas sensíveis. Além disso, as comunidades locais, que dependem da terra e da água para sua subsistência, estão sofrendo com as consequências da destruição causada pelo fogo.
