
Na última quinta-feira (08 de maio de 2025), o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) apresentou dados animadores sobre os incêndios florestais no Brasil. Pela primeira vez em anos, as queimadas na Amazônia e no Pantanal caíram de forma expressiva no início do ano. A Amazônia teve uma redução de até 70% nos focos de calor entre janeiro e abril, e o Pantanal registrou uma queda de mais de 90%.

Os dados foram divulgados em uma coletiva de imprensa pelo diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Jair Schmitt, e pelo secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial, André Lima, ligado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Além da boa notícia, os dois destacaram que 242 pessoas foram multadas por envolvimento com incêndios criminosos em 2024. As autuações ultrapassam R$ 460 milhões em multas e medidas administrativas. “O Ibama identificou e está punindo 242 pessoas por conta desses grandes incêndios criminosos em 2024. Outros casos ainda estão sob análise”, afirmou Schmitt.
Segundo o diretor, o órgão tem adotado medidas preventivas importantes. Uma delas é o envio de notificações eletrônicas e por edital para donos de terra localizados em áreas com alto risco de incêndio. O objetivo é alertar os proprietários de que estão sendo monitorados e que precisam adotar medidas de prevenção.
Outra estratégia é a presença ampliada de equipes em campo, principalmente nas regiões mais críticas. A ideia é que essas equipes consigam agir com mais rapidez quando surgirem novos focos de calor, evitando que o fogo se espalhe.
A seca passou, mas o risco não acabou - Segundo o secretário André Lima, os incêndios de 2023 e 2024 foram agravados por dois anos seguidos de seca severa na Amazônia. Esse cenário foi resultado de mudanças climáticas, do fenômeno El Niño e do aquecimento do Atlântico Norte, o que deixou a floresta mais seca e vulnerável.
“Foram dois anos seguidos de seca grave na Amazônia. Isso tem a ver com os efeitos das mudanças climáticas, o El Niño com o aquecimento do Atlântico Norte, seca na Amazônia, a floresta fica mais vulnerável, e aí os incêndios foram de magnitude muito maior”, explicou.
Em 2025, o cenário climático melhorou. Com mais umidade e menos calor extremo, as florestas se tornaram menos suscetíveis ao fogo. O resultado foi uma queda de quase 80% na área queimada em relação ao ano anterior, segundo estimativas do MapBiomas.
Mas nem tudo são flores. Apesar do clima mais úmido e da redução dos incêndios, o governo detectou, só no mês de abril, um aumento nos focos de desmatamento, tanto na Amazônia quanto no Cerrado. Esse crescimento é um sinal de alerta, já que áreas desmatadas podem se tornar locais de queimada ilegal em pouco tempo.
Uma pausa no fogo, não na atenção - O início de 2025 trouxe um pouco de alívio para quem acompanha, vive ou trabalha na proteção da floresta. Menos fumaça no céu e menos terra queimada no chão. Ainda assim, especialistas e autoridades alertam que o trabalho precisa continuar. As ações do Ibama, aliadas a uma melhora nas condições do clima, mostraram que é possível mudar o cenário — mas também que basta um descuido para tudo voltar a piorar.
Enquanto a floresta respira, é hora de seguir cuidando.
