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25 de setembro de 2025 - 11h52
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TRAGÉDIA

Aeronave que caiu com arquiteto chinês no Pantanal voava fora do horário permitido, diz polícia

Acidente em fazenda de Aquidauana matou quatro pessoas; voo não estava autorizado para operar à noite

25 setembro 2025 - 09h40José Maria Tomazela
1 - O arquiteto paisagista e urbanista chinês Kongjian Yu, professor da Universidade de Pequim; 2 - O documentarista Luiz Ferras está entre as vítimas; 3 - Cineasta Rubens Crispim 4 - Piloto Marcelo Pereira
1 - O arquiteto paisagista e urbanista chinês Kongjian Yu, professor da Universidade de Pequim; 2 - O documentarista Luiz Ferras está entre as vítimas; 3 - Cineasta Rubens Crispim 4 - Piloto Marcelo Pereira - Foto: Turenscape/Agência Fapesp

O avião que caiu na região de Aquidauana, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, na noite de terça-feira (23), operava fora do horário autorizado para voo. A informação é da Polícia Civil, que apura as causas do acidente que matou quatro pessoas, entre elas o renomado arquiteto chinês Kongjian Yu.

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De acordo com a delegada Ana Cláudia Medina, responsável pelo caso, o avião não possuía autorização para voos noturnos e, segundo relatos de testemunhas, o piloto tentava pousar já durante a noite. “Já temos informações que indicam uma operação fora do horário previsto para o tipo de voo autorizado”, afirmou.

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave estava habilitada apenas para voos diurnos, ou seja, que exigem visibilidade total do terreno. O avião também não tinha equipamentos adequados para operar em situações de baixa visibilidade, como as que ocorrem após o pôr do sol ou sob mau tempo.

O acidente ocorreu durante tentativa de pouso na pista de uma fazenda chamada Barra Mansa, em uma área isolada de difícil acesso. Testemunhas disseram que o avião caiu pouco antes de tocar o solo e explodiu logo em seguida.

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave estava habilitada apenas para voos diurnos, ou seja, que exigem visibilidade total do terreno

Vítimas foram carbonizadas - Além de Kongjian Yu, morreram no acidente os documentaristas brasileiros Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Jr., além do piloto Marcelo Pereira de Barros. Os corpos foram encontrados carbonizados, o que dificultou o reconhecimento imediato.

“A prioridade foi retirar os corpos dos destroços e tentar a identificação das vítimas. Não foi possível usar documentos nem métodos comuns de papiloscopia. Por isso, solicitamos exames de DNA”, explicou a delegada.

A identificação das vítimas começou a ser feita com base em informações de familiares e testemunhas. Um dos primeiros exames genéticos foi coletado do filho do piloto, de 8 anos, e enviado para Campo Grande.

Peritos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) foram acionados, mas a chegada ao local foi dificultada pelo isolamento da área. A aeronave será analisada para determinar as causas exatas do acidente, incluindo as condições de operação no momento da queda.

Voo era particular e sem relação com hotel da fazenda - O Hotel Barra Mansa, localizado na mesma fazenda onde ocorreu o acidente, esclareceu que o voo era particular e não fazia parte dos serviços oferecidos aos hóspedes. O grupo envolvido no acidente viajava de forma independente.

As famílias das vítimas foram informadas e acompanham os procedimentos de identificação. A maioria dos parentes vive no interior de São Paulo. A ex-mulher do piloto e o filho estavam na cidade no momento do acidente.

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