
O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS), em Campo Grande (MS), promoveu na última quinta-feira (19/6) um mutirão de cirurgias eletivas nas áreas de urologia e ortopedia. A iniciativa, parte do programa federal “Ebserh em Ação – Agora Tem Especialistas”, resultou em oito procedimentos e tem como meta diminuir a fila de espera do SUS por cirurgias especializadas.

Ao contrário de ações abertas ao público, esse tipo de mutirão é voltado exclusivamente para pacientes que já estão na fila interna do hospital. Ou seja, pessoas que aguardam há meses — em alguns casos, até anos — por um procedimento cirúrgico.
A gerente de Atenção à Saúde do Humap, Dra. Cláudia Langa, destacou que esse tipo de esforço exige organização e trabalho conjunto. “O mutirão é uma resposta direta à necessidade da população. Ele mostra que é possível avançar no acesso ao cuidado especializado com planejamento, integração das equipes e compromisso com o SUS”, afirmou.
Como funcionam os mutirões - As cirurgias foram feitas por médicos e equipes de apoio que atuaram de forma coordenada, com suporte dos setores de centro cirúrgico, enfermagem, anestesia e regulação de pacientes. Além de beneficiar diretamente os pacientes atendidos, o mutirão também serve como momento de aprendizado para os alunos e residentes do hospital.
Esse tipo de ação é importante porque ajuda a aliviar uma fila que continua sendo longa em várias regiões do país. Dados detalhados sobre o tempo médio de espera por especialidade em Mato Grosso do Sul não foram divulgados com o balanço do mutirão, mas o cenário nacional aponta que muitos pacientes esperam mais de seis meses para realizar cirurgias simples, como hérnias, remoção de pedras nos rins ou colocação de próteses.
O programa ‘Agora Tem Especialistas’ - A iniciativa integra o programa “Agora Tem Especialistas”, promovido pelo Ministério da Saúde em parceria com a Rede Ebserh, responsável pela gestão dos hospitais universitários federais. O objetivo é aumentar em até 40% o número de cirurgias e atendimentos especializados nesses hospitais.
A proposta segue os moldes do “Dia E”, realizado em 2023, quando foram feitas cerca de 28 mil cirurgias e mais de 100 mil exames em todo o país, exclusivamente dentro da rede de hospitais universitários públicos.
A fila do SUS em MS - Embora o mutirão realizado pelo Humap tenha atendido apenas oito pacientes, ele representa uma importante estratégia para acelerar a realização de cirurgias especializadas e reduzir a espera por atendimento. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 1 milhão de pessoas no Brasil aguardam por uma cirurgia eletiva no SUS. Só em Mato Grosso do Sul, estimativas indicam que milhares aguardam procedimentos como catarata, ortopedia, urologia e ginecologia.
Especialistas apontam que o desafio principal não é apenas financeiro, mas também de organização e estrutura hospitalar. Por isso, iniciativas como essa ganham importância: mostram que, com planejamento e mobilização interna, é possível fazer mais com os recursos já disponíveis.
Impacto direto na vida do paciente - Na prática, quem está na fila sente que mutirões como o do Humap oferecem esperança. Mesmo com números ainda modestos, o sentimento entre os pacientes é de que algo está sendo feito. Para muitos, é a primeira vez que recebem um prazo claro ou são avisados de que seu nome foi chamado após anos de espera.
A ação também reforça a importância da permanência e ampliação de programas que incentivem o aumento de atendimentos nas redes públicas. Segundo o próprio Ministério da Saúde, a meta é seguir com novas edições do mutirão ao longo do ano em diferentes hospitais da rede Ebserh.
