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VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Manifestações contra o feminicídio tomam as ruas em várias capitais do Brasil

Protestos ocorrem após onda de crimes brutais e São Paulo registra recorde histórico de feminicídios

8 dezembro 2025 - 07h30Redação O Estado de S. Paulo
Manifestação em Florianópolis pede o fim da violência contra as mulheres;
Manifestação em Florianópolis pede o fim da violência contra as mulheres; - (Foto: Ciliane Pereira/Arquivo Pessoal)

Diversas cidades brasileiras registraram manifestações neste domingo (7) contra o feminicídio e a crescente violência de gênero no país. Os protestos aconteceram em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte, entre outras capitais, e reuniram movimentos sociais, familiares de vítimas e cidadãos mobilizados contra a escalada de crimes cometidos contra mulheres.

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Na Avenida Paulista, em São Paulo, o ato teve forte comoção após a repercussão de casos recentes que chocaram a população. Um deles é o de Taynara Santos, de 31 anos, que teve as pernas amputadas após ser atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro na Marginal Tietê. A defesa da vítima afirma que o crime foi intencional. Internada no Hospital das Clínicas, Taynara permanece entubada e respira com auxílio de aparelhos, segundo informações de familiares.

Outro caso ocorrido na capital paulista envolveu Evelyn de Souza Saraiva, de 38 anos, assassinada com seis tiros pelo ex-companheiro enquanto trabalhava na zona norte da cidade.

Em Recife, uma mulher grávida e seus quatro filhos morreram em um incêndio. O pai das crianças, apontado como autor do crime, foi preso em flagrante. No Rio de Janeiro, duas servidoras do Cefet foram mortas a tiros por um funcionário da instituição. O crime aconteceu no dia 28 de novembro e abalou a comunidade acadêmica.

Em Brasília, o corpo carbonizado da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, foi localizado após um incêndio. O soldado Kelvin Barros da Silva, de 21 anos, confessou o assassinato, que está sendo investigado como feminicídio.

Dados da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo revelam que, nos dez primeiros meses de 2025, a capital paulista já superou o maior número de feminicídios da série histórica desde 2015, quando o crime passou a ser tipificado por lei federal (Lei 13.104/2015). O índice ultrapassou os 51 casos registrados ao longo de todo o ano de 2024.

O crime de feminicídio é caracterizado pelo assassinato de mulheres em contexto de violência doméstica ou por motivação de gênero. Sua crescente incidência tem mobilizado autoridades e movimentos feministas a cobrar políticas públicas mais eficazes para prevenir e combater a violência contra a mulher.

Segundo o Ministério das Mulheres, o Brasil registrou mais de 1.180 casos de feminicídio somente em 2025. O Ligue 180, canal nacional de denúncia e orientação, tem recebido cerca de 3 mil ligações por dia, indicando a dimensão do problema.

Levantamento do Mapa Nacional da Violência de Gênero mostra que, em 2024, quatro mulheres foram assassinadas por dia no país em razão do gênero. Os dados confirmam que a violência contra a mulher segue como uma das principais crises de direitos humanos no Brasil.

Os protestos deste domingo ecoaram o clamor por justiça e ações mais efetivas de prevenção. Cartazes com frases como “Não é ciúmes, é crime” e “Vivas nos queremos” marcaram as manifestações em todo o país.

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