O Brasil possui mais de 839 mil pessoas encarceradas, segundo o último levantamento do Sistema de Informação do Departamento Penitenciário Nacional (Sisdepen). Com o objetivo de contribuir para a reinserção social dos egressos do sistema prisional, o Grupo Pereira, sétimo maior varejista do país, criou o Projeto Reeducandos.
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Iniciado em 2014 no Atacado Bate Forte, o projeto já beneficiou cerca de 650 reeducandos, oferecendo oportunidades de emprego para detentos do regime semiaberto. O objetivo é promover a ressocialização e reduzir a reincidência criminal, como explica Paulo Nogueira, diretor de Gente e Gestão no Grupo Pereira: "O projeto provou que há chance de detentos voltarem à sociedade totalmente recuperados. Ficamos muito orgulhosos de oferecer oportunidade de emprego e ressocialização."
O programa, iniciado em Mato Grosso do Sul em parceria com o Conselho da Comunidade, expandiu-se para o Supermercado Comper e Fort Atacadista. Recentemente, o Grupo Pereira criou a Central de Manutenção de Carrinhos no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, e no Centro Penal de Gameleira, no Mato Grosso do Sul, em parceria com a Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (FUNAP).
Em 2022, a iniciativa passou a incluir mulheres egressas de presídios femininos, com 17 participantes trabalhando na área de flores, bazar e organização de espaços nas lojas. O Grupo Pereira planeja expandir o Projeto Reeducandos para todos os estados onde atua, com perspectivas de chegar ao Mato Grosso e Santa Catarina ainda este ano.
Railson Gomes de Oliveira, que ingressou no projeto em julho de 2022 no Supermercados Comper, no Distrito Federal, destaca a importância da oportunidade recebida: "Estou gostando muito desse projeto e da oportunidade que recebi. Estou aprendendo muito nesse trabalho e as pessoas, mesmo sabendo do meu histórico, me respeitam e me ajudam."
Gustavo Gusmão é um dos beneficiados - (Foto: Divulgação)
Outro exemplo de sucesso é Gustavo Andrade Gusmão, que em 2014 foi preso no Mato Grosso do Sul e condenado a oito anos de detenção. Em 2019, já em regime semiaberto, ingressou no Fort Atacadista pelo programa Reeducandos. Hoje, Gustavo é responsável por uma equipe de reposição e continua a se desenvolver, tendo voltado à escola e se matriculado na faculdade de Administração. "Quero ser encarregado operacional, subgerente da loja, ou até o futuro diretor da empresa. Esses são meus sonhos, meus planos de carreira", conta Gustavo, pai de uma filha de oito anos.
