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24 de setembro de 2025 - 18h26
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EDUCAÇÃO

Proibição de celular em sala melhora atenção dos alunos, mas aumenta tédio e ansiedade

Estudo nacional revela que maioria dos estudantes passou a prestar mais atenção nas aulas, mas aponta novos desafios para escolas

24 setembro 2025 - 15h35
Estudo aponta que atenção nas aulas melhorou, mas tédio e ansiedade aumentaram após proibição de celulares
Estudo aponta que atenção nas aulas melhorou, mas tédio e ansiedade aumentaram após proibição de celulares - (Foto: Tania Rego)

A proibição do uso de celulares nas salas de aula tem melhorado a atenção dos alunos, mas também trouxe efeitos colaterais como aumento de tédio e ansiedade. É o que aponta um estudo divulgado pela Frente Parlamentar Mista da Educação em parceria com a plataforma Equidade.info, ligada ao Lemann Center, da Universidade Stanford.

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O levantamento mostra que 83% dos estudantes brasileiros afirmam estar mais atentos durante as aulas após a restrição. Esse número chega a 88% no Ensino Fundamental I. Já entre os alunos do Ensino Médio, 70% notaram melhora na concentração.

Apesar disso, 44% dos alunos disseram se sentir mais entediados nos intervalos. O tédio é ainda maior entre os estudantes da manhã (46%) e das séries iniciais (47%). Além disso, quase metade dos professores (49%) relatou aumento da ansiedade entre os estudantes após a proibição dos celulares.

Outro ponto destacado foi o impacto na convivência escolar. Enquanto 77% dos gestores e 65% dos professores notaram redução no bullying virtual, apenas 41% dos alunos relataram a mesma percepção — o que indica que parte dos conflitos pode estar passando despercebida.

O estudo entrevistou 2.840 alunos, 348 professores e 201 gestores de escolas públicas e privadas em todas as regiões do país, entre maio e julho de 2025.

A presidente da Equidade.info, Claudia Costin, reconheceu os avanços, mas destacou a importância de medidas complementares. "A proibição foi positiva, mas não resolve tudo. As escolas precisam oferecer alternativas de socialização e apoio emocional", disse.

Já o coordenador da pesquisa, Guilherme Lichand, afirmou que os dados reforçam a necessidade de estratégias diferentes para cada faixa etária. “Não basta apenas restringir o uso. É preciso repensar o papel da escola e como ela pode manter o engajamento dos alunos de forma saudável”, avaliou.

A lei que veta o uso de celulares pelos alunos dentro das escolas foi sancionada em janeiro de 2025, com o objetivo de melhorar o foco nos estudos e reduzir problemas como bullying digital.

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