
A Justiça de Minas Gerais determinou neste domingo (27) a prisão preventiva de Matteos França Campos, acusado de assassinar a própria mãe, a professora Soraya Tatiana Bonfim, de 56 anos, em Belo Horizonte. O crime ocorreu no último dia 18, mas a prisão do suspeito só foi efetivada na sexta-feira (25), quando ele foi localizado na casa do pai.

A ordem judicial foi expedida pela juíza Juliana Beretta Kirche Ferreira Pinto. Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o processo corre sob sigilo. A reportagem entrou em contato com a defesa de Matteos, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
De acordo com a Polícia Civil, Matteos confessou ter matado a mãe por esganadura, após uma discussão provocada por dívidas acumuladas com apostas online e empréstimos consignados. Segundo as investigações, após o assassinato, ele colocou o corpo da mãe em um carro e o abandonou sob um viaduto em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. O corpo foi encontrado dois dias depois, no domingo (20).
Após cometer o crime, o suspeito ainda viajou com amigos naquela mesma noite. No dia seguinte, retornou à capital e afirmou estar preocupado com a ausência de respostas da mãe às suas mensagens. Eles moravam juntos.
Apesar da brutalidade do crime, Matteos chegou a participar do velório da vítima. No dia do sepultamento, terça-feira (22), ele publicou uma homenagem à mãe nas redes sociais. Três dias depois, acabou preso e confessou o assassinato durante a abordagem dos policiais.
As autoridades investigam se o crime foi premeditado e apuram com mais profundidade os motivos. Embora a hipótese de dívidas seja mencionada por Matteos, ainda não foi confirmada oficialmente pela polícia se ele realmente enfrentava dificuldades financeiras. Imagens de câmeras de segurança também estão sendo analisadas para complementar a apuração.
O caso está sendo tratado como feminicídio — quando o assassinato é motivado por questões de gênero e se dá no contexto de violência doméstica ou familiar.
Matteos França Campos atuava como assessor na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais desde 2021. Após sua prisão, foi exonerado do cargo. A saída foi oficializada em publicação no Diário Oficial do Estado, divulgada no sábado (26). No momento da prisão, ele estava afastado das funções por conta de uma licença decorrente do falecimento da mãe.
A tragédia familiar e a postura do suspeito após o crime, como participar do velório e publicar mensagens públicas, chocaram familiares, amigos e moradores da região. O inquérito continua em andamento para esclarecer todas as circunstâncias e confirmar ou descartar a possibilidade de planejamento prévio.
