
O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, anunciou neste domingo (7) que deixará o cargo, menos de um ano após assumir o comando do governo. A decisão foi motivada pela crescente pressão de membros de seu próprio partido, o Liberal Democrático (LDP), que o responsabilizam pela derrota histórica nas eleições parlamentares de julho.

Ishiba resistia às cobranças desde o resultado das urnas, quando o partido perdeu a maioria na Câmara. Na época, ele afirmou que não deixaria o posto. No entanto, as críticas internas se intensificaram, principalmente entre parlamentares da ala conservadora do LDP, forçando sua saída.
O anúncio de Ishiba acontece às vésperas de uma reunião decisiva do LDP, que pode aprovar uma eleição antecipada para escolher um novo presidente. Caso isso ocorresse antes da renúncia, o movimento seria interpretado como uma espécie de moção de censura.
Em seu pronunciamento, Ishiba declarou que dará início ao processo de escolha do novo líder da legenda, o que deve acontecer até o início de outubro.
Entre os nomes cotados para sucedê-lo estão figuras influentes dentro do partido, como o ministro da Agricultura, Shinjiro Koizumi, a ex-ministra da Segurança Econômica Sanae Takaichi, conhecida por suas posições ultraconservadoras, e o atual secretário-chefe do Gabinete, Yoshimasa Hayashi, um político moderado com histórico de proximidade com o ex-premiê Fumio Kishida.
Sem maioria nas duas casas do parlamento, o novo primeiro-ministro enfrentará um cenário político delicado, no qual precisará negociar com partidos da oposição para garantir a aprovação de projetos.
Especialistas apontam que, embora fragmentada, a oposição pode dificultar a governabilidade do LDP caso não haja articulação eficiente. O risco de moções de censura continua sendo uma possibilidade real caso o novo governo não consiga estabelecer acordos.
