
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, alerta que a decisão dos frigoríficos de Mato Grosso do Sul de suspender a exportação de carne para os Estados Unidos por causa da nova taxa de 50% imposta pelo governo americano pode trazer prejuízos imediatos para o setor produtivo do estado.

Em 2024, os Estados Unidos foram o segundo maior comprador da carne produzida em Mato Grosso do Sul, adquirindo quase 50 mil toneladas, que renderam mais de US$ 235 milhões para o estado. No primeiro semestre de 2025, o volume já alcançou 31 mil toneladas, o que corresponde a cerca de 19% do total das exportações sul-mato-grossenses.
Marcelo Bertoni destaca que a suspensão das exportações pode comprometer a estabilidade econômica da pecuária local e causar impactos nos preços pagos aos produtores, além de gerar dificuldades para escoar a produção em outros mercados.
Além da carne, a Famasul também alerta que outros setores importantes, como o de celulose, podem ser afetados pela taxação americana, já que em 2024 Mato Grosso do Sul exportou 341 mil toneladas desse produto, gerando cerca de US$ 213 milhões.
Apesar da suspensão da venda para os EUA, os frigoríficos continuam com os abates normalmente, mas a produção destinada ao mercado americano deve ser reduzida. O vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul (Sincadems), Alberto Sérgio Capucci, explica que as empresas irão buscar novos destinos para essa carne, como Chile, China, Egito, e também o mercado interno brasileiro. Enquanto o redirecionamento não ocorre, o preço da carne pode sofrer uma queda temporária.
