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14 de outubro de 2025 - 15h11
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INTERNACIONAL

Premiê da França propõe suspender reforma da aposentadoria para evitar queda do governo

Sebastien Lecornu tenta acalmar oposição diante de moções de desconfiança e crise política crescente

14 outubro 2025 - 11h00Associated Press*
O primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, reconduzido ao cargo por Emmanuel Macron, faz seu primeiro discurso à Assembleia Nacional, em Paris
O primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, reconduzido ao cargo por Emmanuel Macron, faz seu primeiro discurso à Assembleia Nacional, em Paris - (Foto: Gonzalo Fuentes/Reuters)
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Em meio a uma crescente crise política, o primeiro-ministro francês Sebastien Lecornu anunciou nesta terça-feira (14) que vai propor a suspensão da reforma que eleva a idade mínima para aposentadoria de 62 para 64 anos. A medida, uma das mais polêmicas do governo Macron, será colocada em pausa até depois das eleições presidenciais de 2027, segundo discurso feito por Lecornu na Assembleia Nacional da França.

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A proposta surge como uma tentativa clara de conter o avanço de duas moções de desconfiança contra seu governo — apresentadas por partidos de extrema-esquerda (França Insubmissa) e de extrema-direita (Reunião Nacional). Embora nenhuma das legendas tenha cadeiras suficientes para derrubar o Executivo sozinhas, o apoio do Partido Socialista pode alterar esse cenário e resultar na queda do recém-nomeado primeiro-ministro.

“Vamos colocar em pausa o plano da aposentadoria. O momento exige responsabilidade e diálogo”, afirmou Lecornu diante dos parlamentares.

A mudança nas regras da aposentadoria é uma política emblemática do presidente Emmanuel Macron, e tem sido amplamente criticada por sindicatos, movimentos sociais e grande parte da população. A decisão de suspender temporariamente a medida sinaliza uma tentativa de preservação do governo minoritário, que vem enfrentando forte pressão política e popular desde sua formação.

Além do recuo estratégico na reforma, Lecornu também se reuniu com o gabinete ministerial para discutir o orçamento de 2026, que precisa ser aprovado ainda este ano, num contexto de instabilidade crescente.

A votação das moções de desconfiança pode ocorrer ainda esta semana, o que coloca o premiê sob risco iminente de ser removido do cargo. A expectativa é que a suspensão da reforma possa desmobilizar parte da oposição e dar ao governo mais tempo para recompor apoios no Parlamento.

Se derrubado, Lecornu será mais um a enfrentar as consequências da instabilidade que marca o segundo mandato de Macron. O presidente tem enfrentado dificuldades para governar sem maioria parlamentar desde as eleições legislativas de 2022, o que tem exigido constantes concessões e rearranjos políticos

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