A Prefeitura de Dourados ampliou nesta semana suas ações nas escolas indígenas da reserva, reforçando o compromisso com a educação voltada às comunidades originárias. Na quarta-feira (24), o secretário municipal de Educação, Nilson Francisco, acompanhado por equipes técnicas e pedagógicas da Secretaria Municipal de Educação (Semed), realizou visitas às extensões escolares Ñu Porã e Passo Piraju, ligadas à Escola Municipal Indígena Tengatui Marangatu, atualmente sob direção da professora Joany Freitas.
As unidades escolares, que atendem crianças da etnia Guarani-Kaiowá, estão localizadas na Reserva Indígena de Dourados e contam com professores e coordenadores também indígenas. Segundo a Semed, as visitas fazem parte de uma série de ações voltadas à escuta ativa das comunidades e ao levantamento das necessidades mais urgentes, tanto em infraestrutura quanto em práticas pedagógicas.
O secretário Nilson Francisco destacou a importância do contato direto com a realidade das escolas como forma de garantir políticas públicas efetivas. “Estar em contato com as comunidades e ter a exata percepção da sua realidade é fundamental para a execução de um trabalho que entregue resultados e, principalmente, dignidade para o douradense”, afirmou.
Durante a vistoria, a equipe realizou um diagnóstico detalhado das condições das extensões escolares. A partir disso, será elaborado um plano de ação com foco em melhorias físicas, reforço à formação docente e valorização dos elementos culturais próprios das comunidades indígenas.
Desde o início da gestão do prefeito Marçal Filho, a educação indígena tem sido tratada como uma das prioridades. A prefeitura tem buscado integrar infraestrutura, qualidade pedagógica e valorização da identidade dos povos originários, como parte de um esforço para promover uma educação que respeite a cultura e o modo de vida Guarani-Kaiowá.
“Como diz o prefeito Marçal Filho, precisamos cuidar com amor e construir com trabalho. É assim que vamos desenvolver a educação municipal”, afirmou o secretário Nilson Francisco, sinalizando que as ações não devem se limitar à vistoria, mas desdobrar-se em iniciativas permanentes.
Outro ponto ressaltado é a estrutura de atendimento das escolas, que conta com oferta de merenda diretamente nas unidades, respeitando o cotidiano das famílias indígenas. As aulas são ministradas por professores que vivem na própria comunidade, o que, segundo a Semed, favorece uma maior integração entre a escola e o território, além de permitir o uso da língua materna como instrumento pedagógico.
“É fundamental que as crianças tenham acesso à educação de qualidade sem precisar sair de sua realidade cultural. Ter profissionais indígenas na linha de frente permite que a educação aconteça de forma mais humanizada e próxima do que essas famílias esperam da escola”, afirmou uma das coordenadoras do Núcleo de Educação Indígena que acompanhou a visita.
Com o diagnóstico das extensões escolares em mãos, o próximo passo será o planejamento das ações prioritárias. O trabalho será feito em conjunto com o Núcleo de Educação Indígena, garantindo que as soluções atendam às demandas reais das comunidades e respeitem seus saberes e tradições.
A previsão é de que nos próximos dias as medidas comecem a ser implementadas, contemplando desde pequenos reparos nas unidades até propostas de formação continuada para os docentes indígenas, além do fortalecimento dos vínculos entre escola, famílias e lideranças locais.
A iniciativa da Prefeitura de Dourados integra uma política mais ampla de valorização da diversidade cultural dentro da rede municipal de ensino. Além das escolas indígenas, a gestão também tem promovido debates sobre inclusão, pluralidade e respeito às diferentes formas de saber como estratégias fundamentais para uma educação mais equitativa.
“O investimento na educação indígena é também um investimento em justiça social, em reconhecimento e em futuro. As crianças Guarani-Kaiowá têm o direito de aprender respeitando sua história e sua língua, e cabe ao poder público garantir que isso aconteça”, concluiu o secretário Nilson Francisco.
