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Prefeito de Criciúma se disfarça de morador de rua e propõe medidas contra dependência química

Vaguinho Espíndola vivenciou a realidade dos moradores de rua por 20 horas e agora planeja ações para enfrentar a situação em sua cidade

30 julho 2025 - 21h00José Maria Tomazela
O prefeito Vaguinho Espíndola disfarçado de morador de rua com barba e peruca postiças.
O prefeito Vaguinho Espíndola disfarçado de morador de rua com barba e peruca postiças. - Foto: Paulo Henrique Heleodoro/Divulgação

O prefeito de Criciúma, Vaguinho Espíndola (PSD), passou 20 horas como morador de rua na cidade para vivenciar a difícil realidade dessa população. Disfarçado com barba, peruca, roupas sujas e maquiagem, Espíndola foi ignorado pela sua própria família, mas recebeu gestos de solidariedade, como uma xícara de café dada por um garoto e quase R$ 6 em esmolas em um semáforo. "Senti na pele o que é ser invisível", afirmou.

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O prefeito planejava permanecer 24 horas na rua, mas foi abordado e reconhecido pela equipe de assistência social local. A experiência ocorreu no dia 10 de julho, em Criciúma, cidade com 225 mil habitantes, no sul de Santa Catarina.

Além do reconhecimento por sua esposa e filhos, Espíndola se deparou com outras realidades, como o contato com usuários de drogas e a percepção de que, embora o tráfico de drogas seja um problema, a dependência química não é a principal razão para as pessoas estarem nas ruas. "A droga não é o motivo principal para a pessoa ir para a rua, mas é 100% o motivo para elas não saírem da rua", concluiu.

O prefeito Vaguinho Espíndola conversou com moradores, recebeu alimentação doada por um restaurante e foi abordado pela assistência social. (Foto: Paulo Henrique Heleodoro/Divulgação)

Ações de apoio e proposta de internação involuntária

O prefeito também destacou que a prefeitura oferece apoio aos moradores de rua, com um programa que inclui alimentação, banho, e um local para dormir. A cidade também mantém a Casa de Passagem, onde as pessoas recebem treinamento até conseguirem um emprego. Desde o início do ano, o número de moradores de rua caiu de 280 para 170.

Para enfrentar a dependência química, Vaguinho Espíndola irá enviar à Câmara um projeto de lei autorizando a internação involuntária de moradores de rua com problemas com drogas. "Estamos credenciando 50 vagas em clínicas para essas internações", afirmou. Além disso, a cidade triplicou o número de internações voluntárias, com 150 vagas já preenchidas, e ampliou a equipe de assistentes sociais e psicólogos para ajudar na reconstrução de vínculos familiares.

"Não se trata apenas de tirar da rua, mas de dar tratamento, trabalho e esperança", disse Espíndola.

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