
Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, é a porta de entrada e saída da Rota Bioceânica no Brasil, um projeto que promete transformar a cidade em um polo econômico e logístico estratégico. A rota, que conectará o Brasil ao Oceano Pacífico, passando pelo Paraguai, Argentina e Chile, deve impulsionar o comércio, o turismo e a competitividade regional, criando um cenário promissor para a economia local.

Comerciantes e empreendedores de Porto Murtinho já sentem os impactos iniciais do projeto e vislumbram um futuro de oportunidades. Graciela González, proprietária de uma loja de variedades há cinco anos, acredita que a ponte binacional entre Brasil e Paraguai será o divisor de águas para a economia local. “Montamos nosso comércio aqui e fomos muito bem recebidos pela população. Quando a ponte ficar pronta, espero que venha junto com muito mais sucesso para nós comerciantes”, afirma Graciela.
Outro empresário otimista é Marcos da Mata Souza, dono de uma loja de máquinas para pesca, setor que movimenta o turismo na região. Para ele, a Rota Bioceânica simboliza progresso. “Quando eu cheguei, a cidade era bem menor. Hoje já melhorou 100%. A obra da ponte vai trazer muito mais progresso. É um sonho de todos nós, e não vemos a hora disso se concretizar”, comenta.

Gelson Aparecido de Oliveira, gerente de uma loja de variedades que se estabeleceu na cidade há mais de 25 anos, já observa o aumento no fluxo de pessoas e no comércio local. “Desde que começaram as obras da ponte, o movimento cresceu. Quando a obra for concluída, vai melhorar ainda mais”, prevê.
O corredor bioceânico, considerado um “Canal do Panamá brasileiro” por especialistas, encurtará o caminho para os mercados asiáticos, como China, Índia e Japão, aumentando a competitividade dos produtos brasileiros. Além disso, a rota é vista como uma ferramenta para fortalecer a integração econômica e cultural entre os países do Mercosul e o Chile.

Em Porto Murtinho, a obra da ponte binacional avança rapidamente, com mais da metade já concluída. A construção da alça de acesso pela rodovia BR-267, pavimentação de 13 km e um centro aduaneiro são parte dos investimentos em infraestrutura para garantir a funcionalidade do corredor.
Entre os dias 18 e 20 de fevereiro, Campo Grande será sede do Seminário Internacional da Rota Bioceânica e do 6º Foro de los Gobiernos Subnacionales del Corredor Bioceânico. O evento reunirá autoridades do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile para discutir demandas e oportunidades relacionadas à nova rota.

O encontro, organizado pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), com apoio da Fiems e do Sebrae-MS, abordará temas como logística, segurança, comércio exterior, infraestrutura e turismo, apontando caminhos para o fortalecimento da integração regional.
Com a previsão de ganhos expressivos em exportação e importação, o corredor bioceânico não só reforça o papel estratégico de Porto Murtinho no cenário internacional, mas também promete transformar a vida dos moradores e comerciantes da cidade.
