
Às margens do Rio Paraguai, em meio ao calor e ao barulho constante de máquinas, a estrutura da ponte internacional que liga o Brasil ao Paraguai pela Rota Bioceânica já começa a ganhar forma. Neste sábado (5), a obra atingiu 126 metros de extensão no lado brasileiro, faltando apenas quatro metros para alcançar o primeiro trecho projetado de 130 metros.

As imagens feitas por Toninho Ruiz mostram o ritmo acelerado da construção, em meio a uma movimentação intensa de operários, guindastes e caminhões. O cenário é Porto Murtinho, município a 439 km de Campo Grande, que vive dias de expectativa diante de uma das obras mais estratégicas da região.
Conexão continental - A ponte vai ligar Porto Murtinho (Brasil) a Carmelo Peralta (Paraguai), criando uma ligação direta com a Rota Bioceânica, corredor rodoviário que também passa por Argentina e Chile, conectando o Centro-Oeste do Brasil aos portos do Pacífico.
A obra faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e está orçada em R$ 472 milhões. É coordenada pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e executada pelo consórcio PDC Fronteira, formado pelas empresas Caiapó, Paulitec e DP Barros.
Um gigante sobre o rio - A ponte terá 1.294 metros de extensão e será dividida em três partes:
- Dois viadutos de acesso, um de cada lado do rio
- Um trecho central estaiado de 632 metros, com um vão livre de 350 metros, o maior da estrutura
No lado paraguaio, os 5 quilômetros de ligação até a rodovia da Rota Bioceânica já foram licitados. Do lado brasileiro, avança a construção da alça de acesso com 13,1 quilômetros, que inclui serviços de terraplenagem e colocação de pilares ao longo da BR-267.
Sonho de integração - A ponte representa muito mais do que uma ligação entre dois países. Para a região, é vista como símbolo de integração econômica, social e logística, com potencial para transformar Porto Murtinho em ponto estratégico de exportação e turismo.
Com a nova rota, caminhões poderão fazer o trajeto até o Oceano Pacífico em menos tempo, com menos custos logísticos e atravessando apenas o coração da América do Sul.
A obra, que começou com cerimônia simbólica em 2022, ganha agora contornos reais. E para quem vive em Porto Murtinho, acompanhar cada avanço da ponte é como ver o futuro se aproximando metro por metro.
