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INTERNACIONAL

Monges budistas na Tailândia flagrados consumindo metanfetamina e envolvidos em escândalos

Operação policial revela uso de drogas entre monges e desvios financeiros, abalada a confiança pública na ordem budista do país

24 julho 2025 - 10h29AP
Trinta policiais participaram da ação, que revelou que um terço dos clérigos testaram positivo para metanfetamina durante o Retiro das Chuvas anual, uma prática tradicional do budismo.
Trinta policiais participaram da ação, que revelou que um terço dos clérigos testaram positivo para metanfetamina durante o "Retiro das Chuvas" anual, uma prática tradicional do budismo.

Uma operação surpresa da polícia tailandesa flagrou monges budistas consumindo metanfetamina no monastério de Wat Prathom, localizado na província de Phichit, no norte da Tailândia. Trinta policiais participaram da ação, que revelou que um terço dos clérigos testaram positivo para metanfetamina durante o “Retiro das Chuvas” anual, uma prática tradicional do budismo.

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A operação resultou na expulsão de seis dos 18 monges que foram flagrados com a droga. Além dos comprimidos de metanfetamina encontrados nos aposentos dos monges, foram apreendidos acessórios para consumo de drogas, uma arma caseira e várias balas. O vice-governador de Phichit, Kitipon Wetchakul, que liderou a operação, afirmou que os seis monges expulsos seriam enviados para reabilitação e que a ação aconteceu simultaneamente em vários templos da província.

Escândalo de corrupção e pornografia

A confiança do público na ordem budista da Tailândia foi profundamente abalada após o envolvimento de monges de alto escalão em um escândalo que também inclui desvio de fundos e pornografia. Este mês, vários líderes religiosos foram descobertos envolvidos com uma mulher chamada Wirawan Emsawat, ou Sika Golf, que teria seduzido os monges para ter acesso a grandes quantias de dinheiro, que ela usava para financiar seu vício em jogos de azar.

Emsawat teria roubado cerca de 385 milhões de baht (aproximadamente R$ 66 milhões) dos cofres de um templo e foi presa em sua casa luxuosa em Bangcoc no dia 15 de julho. Ela enfrenta acusações de lavagem de dinheiro, apoio ao desvio de fundos do templo e receptação de bens roubados.

O escândalo veio à tona durante a investigação sobre o desaparecimento do monge Arch, do templo Wat Tri Thotsathep, em Bangcoc. As autoridades descobriram que o monge tinha um relacionamento com Wirawan, o que levantou suspeitas sobre fraudes e casos amorosos.

Arquivos pornográficos e chantagem

Uma busca na casa de Wirawan Emsawat em 4 de julho revelou uma quantidade impressionante de 80.000 arquivos pornográficos armazenados em cinco celulares. Os arquivos mostravam imagens explícitas de Wirawan com monges e políticos de alto escalão. De acordo com investigações, Wirawan admitiu ter coagido ou chantageado os envolvidos por dinheiro e afirmou que teve filhos com alguns deles.

Diante do escândalo, o Conselho Supremo Sangha, órgão máximo do budismo na Tailândia, anunciou que os regulamentos monásticos estavam sendo revisados para incluir sanções mais rigorosas para os monges envolvidos em violações graves. Ittiporn Chan-iam, diretor do Escritório Nacional do Budismo, revelou que penas de até sete anos de prisão e multas de até 140.000 baht (cerca de R$ 24 mil) seriam aplicadas aos monges expulsos e também aos leigos que se envolvessem com monges em atos sexuais.

Corrupção e falta de confiança pública

Os monges budistas fazem um voto de celibato e buscam afastar-se dos desejos mundanos para alcançar a iluminação espiritual. No entanto, a ordem budista da Tailândia tem enfrentado uma série de escândalos de corrupção, fraudes e abuso sexual ao longo dos anos, que minaram a confiança do público na instituição religiosa.

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