Grupo Feitosa de Comunicação
(67) 99974-5440
(67) 3317-7890
17 de novembro de 2025 - 22h47
refis
CASO LEANDRO LO

Após absolvição, PM que matou Leandro Lo pede perdão à família do lutador

Henrique Velozo afirma que agiu para se defender e diz que "suas mãos se sujaram para preservar a própria vida" em vídeo divulgado pela defesa

17 novembro 2025 - 21h15Caio Possati
Henrique Velozo, inocentado das acusações de ter assassinado Leandro Lo, grava vídeo pedindo perdão a familiares e amigos da vítima.
Henrique Velozo, inocentado das acusações de ter assassinado Leandro Lo, grava vídeo pedindo perdão a familiares e amigos da vítima. - (Foto: Arquivo pessoal)

Absolvido pelo Tribunal do Júri na última sexta-feira (14), o policial militar Henrique Otavio Oliveira Velozo gravou um vídeo pedindo perdão à família, amigos e admiradores do campeão mundial de jiu-jitsu Leandro Lo. O lutador foi morto em agosto de 2022, após ser baleado na cabeça por Velozo, durante uma discussão em um show no Clube Sírio, na zona sul de São Paulo.

Canal WhatsApp

O vídeo, divulgado nesta segunda-feira (17) pela defesa do policial, mostra Velozo emocionado ao relembrar o crime que comoveu o mundo das artes marciais e gerou grande repercussão no país. “Eu vim aqui para pedir perdão. Eu tive três anos e três meses encarcerado e hoje posso dizer que tive uma experiência única. Eu tive um encontro genuíno com um Deus forte", afirmou.

Dirigindo-se diretamente aos familiares de Leandro Lo, o PM acrescentou: “Em nome dele, eu preciso fazer um pedido de perdão: à mãe, ao pai, à irmã, aos amigos e a todas as pessoas que amavam Leandro Lo.”

Durante o julgamento, os advogados de defesa sustentaram que Velozo agiu em legítima defesa, tese acolhida pelos jurados. Na gravação, o policial reafirma esse argumento ao dizer que foi “colocado em um limite”. “Infelizmente, tive que sujar as minhas mãos para preservar a minha vida”, declarou.

Henrique Velozo foi acusado pelo Ministério Público de homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, meio cruel e emboscada. Testemunhas relataram que ele foi imobilizado por Leandro Lo após uma discussão e, ao ser solto, atirou no lutador e fugiu do local. A versão da defesa, no entanto, sempre apontou para um cenário de reação legítima.

O PM permaneceu preso por mais de três anos no Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo, e chegou a ser expulso da Polícia Militar em setembro deste ano, por decisão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A demissão foi publicada no Diário Oficial do Estado. No entanto, uma liminar da Justiça assinada pelo desembargador Ricardo Dip, em outubro, suspendeu o decreto e reintegrou o agente aos quadros da corporação. Mesmo com a decisão, Velozo permaneceu detido até ser libertado no último sábado (15), após a absolvição.

A mãe de Leandro Lo, emocionada, reagiu à decisão judicial nas redes sociais, dizendo que sentia como se estivesse “enterrando o filho pela segunda vez”. “É uma tristeza muito grande”, escreveu.

Leandro Lo era um dos maiores nomes da história do jiu-jitsu brasileiro. Multicampeão mundial, o atleta era reconhecido internacionalmente por sua técnica, humildade e dedicação ao esporte.

O caso, que mobilizou protestos e homenagens, volta agora a ganhar visibilidade com a divulgação do pedido de perdão de Henrique Velozo — que, apesar de absolvido no júri, ainda enfrenta rejeição pública e questionamentos sobre sua reintegração à Polícia Militar.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop

Deixe seu Comentário

Veja Também

Mais Lidas