
Referência nacional e internacional em arborização urbana, Campo Grande recebeu nesta terça-feira (8), na Faculdade Insted, a oficina regional do Centro-Oeste para a construção participativa do Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU). O evento faz parte do Programa Cidades Verdes Resilientes e é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com apoio técnico do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade.

Mais de 150 representantes de cerca de 20 municípios participaram do encontro, entre especialistas, técnicos, gestores públicos e membros da sociedade civil. O objetivo é consolidar propostas e diretrizes que contribuam para tornar as cidades brasileiras mais verdes, saudáveis e preparadas para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas.
Campo Grande foi escolhida como sede da oficina por seu histórico de boas práticas na arborização urbana. A cidade é reconhecida pela ONU como Tree City of the World desde 2019 e, segundo o último Censo do IBGE, tem a maior taxa de arborização entre as capitais do país.
Durante a abertura, a secretária-adjunta do Meio Ambiente, Vera Bacchi, destacou que o município foi um dos primeiros do Brasil a elaborar um Plano Diretor de Arborização Urbana, ainda em 2011. “Desde então, temos fortalecido nossa floresta urbana e ampliado a cobertura verde. Esse trabalho nos trouxe reconhecimento nacional e internacional”, afirmou.
Plano nacional será lançado na COP30 - Previsto para ser apresentado na COP30, em Belém, o PlaNAU está sendo construído de forma coletiva em oficinas regionais por todo o Brasil. A proposta busca integrar conhecimento técnico e experiências locais, respeitando a diversidade ambiental dos territórios. Um dos destaques do plano é a adoção da regra 3-30-300 como indicador nacional de qualidade da arborização — estratégia que já vem sendo aplicada em Campo Grande.
Mais de 150 representantes de cerca de 20 municípios participaram do encontro, entre especialistas, técnicos, gestores públicos e membros da sociedade civil
A analista ambiental do MMA, Jennifer Viezzer, explicou que a construção do PlaNAU é inédita no país. “Pela primeira vez, estamos coordenando uma política nacional para arborização urbana. A intenção é respeitar as realidades locais, mas com diretrizes integradas entre municípios, estados e sociedade civil”, disse.
Ao longo do evento, autoridades locais compartilharam experiências, como a revisão do Plano Diretor de Arborização da cidade, alinhada às diretrizes nacionais. “Campo Grande foi pioneira e está agora atualizando seu plano em sintonia com o que será estabelecido no PlaNAU”, destacou uma auditora fiscal da área ambiental do município.
A oficina reuniu profissionais de urbanismo, arquitetura, biologia, engenharia, planejamento urbano e meio ambiente. Segundo Léa Gejer, coordenadora técnica do ICLEI Brasil, o material coletado será a base para elaboração da minuta do plano. “Nosso papel é garantir que os elementos técnicos, sociais e territoriais estejam refletidos de forma equilibrada no documento final”, explicou.
Parcerias fortalecem construção do plano - Além do ICLEI, o plano conta com a participação da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU), do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), do Confea, do Conselho Federal de Biologia (CFBio) e de diversas instituições públicas estaduais e municipais.
Campo Grande integra o ICLEI desde 2023 e vem ampliando seu protagonismo em ações ambientais. Neste ano, a cidade também sediou um evento em parceria com o Consulado Geral da Alemanha sobre mudanças climáticas no agronegócio e preservação do Pantanal.
A diretora-executiva da Planurb, Mariana Massud, representando a Anamma, destacou a importância do momento. “Campo Grande vem se consolidando no cenário nacional pelas suas ações sustentáveis. A implementação do PlaNAU está alinhada ao que os municípios buscam para fortalecer o desenvolvimento urbano e ambiental responsável”, afirmou.
