
A Polícia Federal em Mato Grosso do Sul deflagrou na manhã desta quarta-feira (20) a Operação Ajura, voltada ao combate ao tráfico de drogas e à lavagem de capitais. A ofensiva cumpre 12 mandados de busca e apreensão e determinou o bloqueio judicial de bens e valores que somam R$ 263 milhões, pertencentes a membros de uma organização criminosa que atua no Estado e em São Paulo.

As ordens judiciais foram expedidas pela 1ª Vara Criminal Estadual de Dourados e estão sendo cumpridas nos municípios de Amambai e Dourados (MS), além de Ribeirão Preto e Jardinópolis (SP). Os alvos não tiveram nomes divulgados, e a PF não detalhou os endereços onde as buscas ocorreram.
De acordo com a investigação, a operação é resultado de desdobramentos de grandes apreensões de cocaína realizadas em Dourados entre 2022 e 2023. A PF aponta que, além do transporte e distribuição da droga, o grupo estruturou um esquema financeiro sofisticado para lavar os lucros do tráfico, reinserindo os valores no mercado formal por meio de empresas e movimentações bancárias de fachada.
A estratégia dos investigadores nesta fase é asfixiar o braço financeiro da organização criminosa, enfraquecendo a capacidade de custear operações ligadas ao tráfico internacional de entorpecentes.
Com o bloqueio milionário, a Justiça busca retirar dos investigados o acesso ao patrimônio obtido de forma ilícita. Segundo a PF, esse tipo de medida é fundamental para impedir que os grupos continuem operando mesmo após apreensões de drogas e prisões de integrantes.
Embora a Polícia Federal não tenha detalhado quais bens foram alvo das medidas judiciais, operações semelhantes costumam incluir congelamento de contas bancárias, veículos de luxo, imóveis e empresas de fachada.
A Operação Ajura ainda não teve prisões decretadas nesta fase. Os agentes cumprem apenas mandados de busca, coleta de documentos e bloqueio patrimonial. O inquérito segue em andamento, e novas fases não estão descartadas.
O nome da operação faz referência à palavra de origem indígena “ajura”, associada à ideia de vigilância e punição, simbolizando a estratégia de sufocar financeiramente organizações criminosas.
