Às margens do Rio Paraguai, em Carmelo Peralta, o clima foi de celebração histórica. O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, e o presidente do Paraguai, Santiago Peña, dividiram o palanque diante da ponte em construção que ligará Porto Murtinho à cidade paraguaia. A estrutura é o coração da Rota Bioceânica, projeto que promete encurtar caminhos, reduzir custos e aproximar países.
Com 1.294 metros de extensão, a ponte deve estar concluída no segundo semestre de 2026. Além dela, serão construídos 13 quilômetros de acessos no lado brasileiro, incluindo quatro pontes intermediárias, uma delas com quase 700 metros. O impacto logístico é evidente: redução de até 30% nos custos de transporte e até 17 dias a menos no trajeto até o Pacífico, em comparação à rota marítima pelo Canal do Panamá.
O simbolismo político não ficou atrás. Foi a primeira vez que um presidente paraguaio passou a noite em território sul-mato-grossense. Riedel destacou a marca do momento: “Essa obra concretiza uma história de integração que só tende a se intensificar. A presença do presidente é uma demonstração clara de que esses laços estão se estreitando de maneira definitiva”.
Presidente do Paraguai, Santiago Peña, visita MS pela primeira vez e reforça integração com Brasil na obra da ponte BioceânicaPeña, por sua vez, evocou os antecessores que sonharam com a integração e apontou o futuro. “O caminho ao Pacífico é uma oportunidade para unir ainda mais Brasil e Paraguai. Agora, são regiões do mundo com grande futuro”, disse. Ele ressaltou que o projeto vai tirar do isolamento comunidades ribeirinhas, muitas vezes ilhadas nas cheias, e gerar desenvolvimento para o Alto Paraguai, região historicamente esquecida.
A agenda incluiu ainda a entrega oficial do projeto de uma segunda ponte, sobre o Rio Apa, entre Bela Vista e Bella Vista Norte. A proposta, discutida em julho pela Comissão Mista da Ponte Bioceânica, surge como alternativa de acesso complementar ao corredor internacional.
A visita integra o cronograma do presidente paraguaio, que ainda passa por Dourados, Campo Grande e Santa Rita do Pardo, consolidando o movimento de aproximação política e econômica com Mato Grosso do Sul.
