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AMEAÇA AMBIENTAL

Peixe-leão é capturado na Baía de Camamu e acende alerta ambiental no litoral brasileiro

Espécie invasora venenosa, não possui predadores naturais e pode apresentar risco para a pesca artesanal regional

23 julho 2025 - 06h57Redação O Estado de S. Paulo
Peixe-leão
Peixe-leão - (Foto: Michael Gäbler/ Wikimedia Commons)

Um peixe-leão (Pterois volitans), espécie exótica e considerada uma ameaça aos mares brasileiros, foi capturado no sábado (19) por pescadores em Taipu de Dentro, na cidade de Maraú, sul da Bahia. O local fica na Baía de Camamu, uma das maiores do país. O registro aumenta a preocupação de ambientalistas com a presença crescente do animal na costa brasileira.

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Em fevereiro, outro exemplar já havia sido avistado próximo a Morro de São Paulo. Esses episódios reforçam a necessidade de monitoramento da espécie, que se espalha pelo litoral sem predadores naturais.

Originário da região do Indo-Pacífico, o peixe-leão foi detectado pela primeira vez no Brasil em 2014, no litoral do Rio de Janeiro. Desde então, também houve registros em Pernambuco, Ceará e Alagoas.

Apesar da aparência chamativa, o animal representa risco grave para o equilíbrio marinho. Ele compete por alimento com espécies nativas, sem encontrar resistência. Isso pode afetar diretamente a reprodução de peixes e crustáceos, prejudicando inclusive a pesca artesanal.

Além do impacto ambiental, o peixe-leão apresenta perigo à saúde humana. Ele possui 18 espinhos venenosos, e o contato pode causar dor intensa, vômitos, náuseas e até convulsões.

A espécie se reproduz rapidamente: cada fêmea é capaz de liberar até 30 mil ovos por vez, com eclosão em menos de um mês. E seu apetite não fica atrás, o peixe-leão consegue devorar até 20 peixes em meia hora, inclusive presas com até 70% do seu tamanho.

"É uma espécie exótica, não tem competidores aqui. Então, pesquisadores, nativos, pescadores, mergulhadores e todos que vivem do mar precisam fazer uma força-tarefa para conseguir controlar", alerta Stella Furlan, supervisora de meio ambiente de Maraú.

A recomendação para pescadores e comunidades costeiras é notificar imediatamente os órgãos ambientais em caso de avistamento ou captura do animal.

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