
Motoristas do Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo em Campo Grande, aprovaram em assembleia geral na madrugada desta quinta-feira (11) uma paralisação programada para segunda-feira (15). A decisão acontece após a categoria enfrentar atraso no pagamento do salário de novembro por seis dias, o que já vinha gerando insatisfação entre os profissionais.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU/CG), Demétrio Freitas, a assembleia definiu que, caso o consórcio não quite os salários, o 13º e o adiantamento previsto para o dia 20, os motoristas permanecerão fora dos pontos de trabalho até que todos esses valores estejam efetivados.
Por outro lado, o Consórcio Guaicurus afirma que o atraso nos pagamentos que afetam a operação e os salários decorre de uma crise financeira causada pela falta de repasses por parte do Poder Público. Segundo a empresa, os recursos contratados, que incluem valetransporte, subsídios e outras parcelas previstas para manter o equilíbrio econômicofinanceiro do sistema, não foram regularizados pelo município.
A empresa pondera que, mesmo com um acordo anterior aceito pela própria Prefeitura, a tarifa estabelecida não está sendo praticada na íntegra por falta de repasses corretos. Essa situação, segundo o consórcio, comprometeu seu fluxo de caixa e tornou inviáveis pagamentos de obrigações básicas, como folha salarial, 13º salário, combustível e manutenção da frota.
O consórcio ressaltou ainda que a continuidade dos serviços depende da regularização imediata dos pagamentos. Sem isso, alertou, a operação do sistema público de transporte coletivo pode ser afetada de forma ainda mais grave, incluindo possíveis interrupções completas que afetariam a mobilidade urbana de milhares de usuários.
"O Consórcio Guaicurus reitera o apelo para que as autoridades competentes ajam com a máxima urgência para regularizar os débitos em atraso. A manutenção da inadimplência nos repasses inviabiliza o cumprimento dos pagamentos salariais. Desta forma, o Consórcio alerta que os trabalhadores poderão interromper legalmente suas atividades em razão do não cumprimento destas obrigações, conforme previsto no Artigo 624 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)", diz um trecho do comunicado.
Na próxima segundafeira, a expectativa é de que a paralisação entre em vigor caso os pagamentos não sejam regularizados, e a situação poderá impactar linhas e deslocamentos diários na Capital.
Procura pela reportagem, a Prefeitura de Campo Grande ainda não se manifestou sobre a situação. O espaço segue aberto.

