
Neste sábado (13 de setembro), a 22ª Parada da Diversidade reuniu milhares de pessoas nas ruas centrais de Campo Grande. A caminhada até a Praça do Rádio Clube durou pouco mais de uma hora, ao som de música, discursos no trio elétrico e bandeiras coloridas erguidas por grupos de jovens, famílias inteiras e até idosos. A organização estima que mais de 3 mil pessoas tenham acompanhado.

O tema deste ano foi “fé, saúde e inclusão”. Na frente religiosa, grupos de igrejas inclusivas defenderam acolhimento para pessoas expulsas de templos tradicionais em razão da sexualidade. A mensagem foi de que espaços de fé precisam se abrir para todos, sem distinção.
Na área da saúde, homens trans relataram dificuldades para conseguir atendimento adequado em exames, consultas ginecológicas e acompanhamento hormonal. Segundo eles, a falta de protocolos claros e de preparo dos profissionais faz muitos desistirem de procurar atendimento. O debate reforçou a necessidade de serviços de saúde com linguagem e práticas mais inclusivas.
Já no meio acadêmico, coletivos lembraram que medidas de inclusão ainda precisam de ajustes. Um exemplo foi a criação de banheiros neutros em universidade, que acabou gerando desconforto por incluir mictórios e reduzir opções para mulheres. Para os organizadores, a ideia é válida, mas precisa ser bem planejada.
Outro ponto levantado foi a trajetória das travestis em Mato Grosso do Sul. A Associação das Travestis e Transexuais do Estado (ATMS) destacou que a presença atual de estudantes e trabalhadoras é resultado de décadas de resistência contra violência e discriminação.
Terminada a passeata, o desafio passa a ser transformar os discursos em ações permanentes. Igrejas inclusivas, serviços de saúde e universidades aparecem como três frentes principais que podem avançar a partir do que foi colocado nas ruas neste sábado.
