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RELIGIÃO

Papa Leão XIV recebe MST e defende apoio da Igreja às lutas por terra, moradia e trabalho

Pontífice destacou papel dos movimentos sociais e afirmou que "viver o Evangelho é defender os pobres"

24 outubro 2025 - 17h10Raisa Toledo
Papa Leão XIV recebe delegação brasileira com representantes do MST durante o Encontro Mundial de Movimentos Populares
Papa Leão XIV recebe delegação brasileira com representantes do MST durante o Encontro Mundial de Movimentos Populares - Foto: @vaticannewspt via Instagram

O papa Leão XIV recebeu nesta quinta-feira, 23, no Vaticano, representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de mais de 130 organizações sociais durante a 5ª edição do Encontro Mundial de Movimentos Populares. O evento marca uma continuidade da aproximação do Vaticano com pautas sociais iniciada pelo papa Francisco em 2014.

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Durante discurso emocionado, o pontífice defendeu o protagonismo dos movimentos populares na construção de um mundo mais justo e ressaltou que direitos como terra, teto e trabalho são sagrados. “A terra, o teto e o trabalho são direitos sagrados pelos quais vale a pena lutar”, declarou, segundo o portal Vatican News.

A Igreja com os pobres - Leão XIV reafirmou a necessidade de a Igreja Católica manter-se próxima das populações mais vulneráveis. “A Igreja deve estar com vocês: uma Igreja pobre para os pobres, uma Igreja que se inclina, que assume riscos, que é valente, profética e alegre”, afirmou.

O papa comparou o apoio atual aos movimentos populares à atuação da Igreja na fundação de sindicatos no passado. “Suas lutas em prol da terra, da moradia e do trabalho por um mundo melhor merecem encorajamento”, reforçou.

Para o pontífice, as ações promovidas por movimentos sociais não representam ideologias políticas, mas sim a vivência prática do Evangelho. “Quando cooperativas e grupos de trabalho são formados para alimentar os famintos, abrigar os sem-teto, cuidar de crianças, criar empregos e acessar terra, não estamos promovendo ideologia, mas sim vivendo o Evangelho.”

Presença brasileira e símbolo religioso - A comitiva brasileira contou com representantes de diversos movimentos, incluindo MST, MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), MNCR (Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis) e o Cenarab (Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira).

Ayala Ferreira, representante do MST, presenteou o papa com uma bandeira contendo a imagem de Ossanha (ou Ossain), orixá das folhas e da cura nas religiões afro-brasileiras. O gesto foi interpretado como um símbolo de respeito à diversidade cultural e religiosa das lutas sociais no Brasil.

O encontro faz parte da preparação para o Jubileu dos Movimentos Populares, que será realizado no próximo fim de semana, com uma missa celebrada na Praça de São Pedro, em Roma. A iniciativa dá sequência ao processo de escuta e aproximação com os movimentos populares iniciado por Francisco e agora aprofundado sob o papado de Leão XIV.

O evento reúne lideranças de diversos continentes em debates sobre justiça social, meio ambiente, moradia, soberania alimentar e dignidade do trabalho.

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