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DIA DOS PAIS

Pai viaja 700 km para criar filho e transforma rotina em história de amor

José Augusto de Oliveira Neto assumiu a criação do filho Davi. Entre a estrada, o comércio e o preconceito, ele construiu um lar onde o afeto é prioridade.

10 agosto 2025 - 06h00Douglas Vieira e Rafael Rodrigues
Pai e filho lado a lado, unidos por amor, cuidado e presença em cada momento da vida.
Pai e filho lado a lado, unidos por amor, cuidado e presença em cada momento da vida. - (Foto: Arquivo)

Ser pai aos 20 anos nunca foi um desafio para José Augusto, hoje com 31. Aos 20, ele segurou Davi pela primeira vez e tomou uma decisão: não seria apenas presente, mas inteiro. Ele lembra que desde o início quis participar ativamente de cada momento da vida do filho. “Fui o pai que deu banho, acalmou cólicas e preparou mamadeira de madrugada. Desde o início, quis viver cada detalhe da paternidade.”

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Pouco depois do primeiro aniversário de Davi veio a separação e, com ela, o desafio da distância. Ele morava em Campo Grande e a mãe, em Piranhas (GO), a 700 km da Capital Morena. José recorda que a distância nunca foi um obstáculo para viver o convívio com o filho. “Não houve cansaço que me impedisse de buscá-lo. Eu pegava o carro, buscava meu filho e ficava com ele todo o tempo possível”, relata.

Nesse período, entrou com o pedido de divórcio e também o pedido de guarda, pois, segundo ele, sempre sonhou em criar o menino. “Meu sonho era que meu filho morasse comigo. Eu sabia que, por mais jovem que fosse, era capaz de dar a ele amor, carinho, cuidado e presença paterna.”

José transforma cada momento da rotina com o filho em um instante de prazer e conexão.José transforma cada momento da rotina com o filho em um instante de prazer e conexão.

Quando Davi completou 2 anos, uma ligação mudou tudo. A mãe informou que o menino queria morar com ele. José conta que a decisão do filho foi imediata e o marcou para sempre. “No mesmo instante, entrei no carro e fui buscá-lo. Naquele dia, fizemos um pacto: nunca mais iríamos nos separar.”

A rotina que eles vivem hoje é simples, mas cheia de significados. Ele descreve que ambos acordam cedo, fazem as refeições juntos, e ele acompanha o filho nas tarefas da escola e no dia a dia. “O final de semana é todo nosso.”

O psicólogo clínico, Silvio Mendes (CRP 14/05278-2), explica que assumir a criação de um filho exige sabedoria, paciência e uma rede de apoio para garantir o bem-estar da criança. “O vínculo se constrói com amor, escuta ativa e presença real, independentemente do gênero do cuidador.”

O psicólogo Silvio Mendes alerta sobre os riscos de adultos tratarem bonecos reborn como se fossem bebês reais O psicólogo Silvio Mendes destaca a importância da presença afetiva para o desenvolvimento saudável da criança - (Foto: Rafael Rodrigues)

Hoje casado, José afirma que recebe o apoio da esposa, dos pais e das irmãs na criação de Davi. Ele diz que o carinho do filho é sua maior recompensa. “O maior presente que recebo é ouvir do meu filho: ‘Eu te amo, pai. O senhor é tudo na minha vida.’”

Ainda conforme o psicólogo, a parentalidade solo não é determinada pelo gênero, mas pela qualidade da presença e do cuidado. “Filhos de pais afetivos tendem a desenvolver mais autoestima, segurança emocional e habilidades sociais saudáveis.”

Comerciante, José relata que conciliar o trabalho com a paternidade não é tarefa fácil. Mesmo assim, adaptou sua rotina para ser o pai presente que sempre sonhou ser. “Minhas manhãs são todas do Davi. À tarde, ele fica com a avó paterna quando preciso trabalhar até mais tarde. Já recusei muitas oportunidades e abri mão de muita coisa, porque nada é mais valioso para mim do que ver meu filho crescer.”

Ao deixar uma mensagem para outros pais, José reforça a importância de se dedicar verdadeiramente aos filhos. “Estejam presentes. Não de corpo, mas de alma. O tempo e o amor que você dá hoje vão moldar quem será seu filho amanhã. Mesmo com dificuldades, cada segundo vale a pena.”

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