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CANTOR

Oruam em Campo Grande: rapper visita o pai, Marcinho VP, no presídio federal

Cantor compartilhou momento nas redes sociais enquanto debate sobre "Lei Anti-Oruam" ganha força

12 março 2025 - 21h50Da Redação
Oruam em Campo Grande: rapper visita o pai, Marcinho VP, no presídio federal
Oruam em Campo Grande: rapper visita o pai, Marcinho VP, no presídio federal - (Foto: Reprodução)
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Campo Grande recebeu uma visita inusitada nesta quarta-feira (12). O rapper Oruam, um dos nomes em ascensão do hip-hop nacional, esteve na capital de Mato Grosso do Sul para visitar seu pai, Marcinho VP, um dos criminosos mais conhecidos do país, atualmente preso no Presídio Federal de Segurança Máxima.

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O cantor, que tem milhões de ouvintes nas plataformas digitais e já coleciona polêmicas na carreira, compartilhou a visita em suas redes sociais com a frase: “Partiu visitar meu pai”. O detalhe que chamou atenção? Oruam escolheu um terno rosa vibrante para o encontro.

Quem é Marcinho VP e por que ele está preso? Para quem não acompanha o noticiário policial, Marcinho VP não é apenas mais um detento do presídio de segurança máxima de Campo Grande. Ele foi condenado por tráfico de drogas, assassinato e formação de quadrilha, sendo apontado pelo Ministério Público como um dos principais líderes do Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas do Brasil.

Preso desde 1996, ele acumula uma pena de 36 anos de prisão, resultado, entre outros crimes, do homicídio e esquartejamento de dois rivais. Hoje, cumpre sua sentença ao lado de outros criminosos de alta periculosidade na unidade federal da capital sul-mato-grossense.

Já Oruam, que na verdade se chama Mauro, segue uma trajetória bem diferente. O rapper tem conquistado espaço no cenário da música, mas também carrega um histórico de problemas com a polícia. Neste ano, foi detido duas vezes e, além disso, tem no corpo tatuagens em homenagem ao pai e a Elias Maluco, outro traficante famoso, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes.

A polêmica “Lei Anti-Oruam” - A visita do cantor reacendeu um debate que vinha ganhando força nos últimos meses: o do projeto de lei que já vem sendo chamado informalmente de “Lei Anti-Oruam”. A proposta, que ainda está em discussão, pretende proibir que artistas contratados com dinheiro público façam apologia ao crime em suas músicas.

A ideia ganhou destaque após declarações da vereadora Amanda Vettorazzo (União-SP), ligada ao Movimento Brasil Livre (MBL). Ela acusa rappers e funkeiros de glamourizar o crime em suas letras e quer impedir que esse tipo de artista receba cachês em eventos financiados pelo governo.

“Oruam abriu a porteira para que rappers e funkeiros começassem a endeusar criminosos e líderes de facção. Esse tipo de música normaliza o crime na nossa cultura”, disse a vereadora em entrevista recente.

O projeto divide opiniões. Para críticos, a proposta fere a liberdade artística e pode ser usada para censurar determinados gêneros musicais. Já apoiadores argumentam que o Estado não deve financiar músicas que exaltem criminosos.

O que fica dessa história? Oruam segue sua rotina de shows e lançamentos, enquanto Marcinho VP continua na cela de segurança máxima em Campo Grande. O debate sobre a relação entre música e crime, por outro lado, parece estar só começando.

Se a “Lei Anti-Oruam” vai sair do papel, ainda não se sabe. Mas o episódio da visita do rapper ao presídio sul-mato-grossense mostra como política, cultura e segurança pública seguem se cruzando no Brasil.

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