
O rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, mais conhecido como Oruam, foi transferido para uma cela coletiva na Penitenciária Dr. Serrano Neves (Bangu 3), no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (5). A transferência, que alocou o artista em uma galeria com integrantes do Comando Vermelho (CV), ocorre após decisão da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), que justificou a medida com base nos “critérios estabelecidos pela gestão prisional”. Oruam, filho de Marcinho VP, um dos principais líderes da facção, passa a cumprir a pena em uma unidade com membros do grupo criminoso.

O rapper, detido em julho, permanece custodiado após ser denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) por tentativa de homicídio qualificado, junto com Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira, amigo de Oruam. Além disso, ele responde por lesão corporal, resistência com violência, desacato e dano ao patrimônio público, em um caso que ocorreu durante uma operação policial em sua residência no bairro do Joá, na Zona Oeste da cidade, em 21 de julho.
Na ocasião, a Polícia Civil cumpria um mandado de busca e apreensão de um adolescente que havia sido encontrado saindo da casa de Oruam. Durante a operação, o rapper e outros envolvidos tentaram impedir a ação policial por meio de ameaças, agressões físicas e ofensas verbais. De acordo com o MP-RJ, um dos policiais foi atingido por pedras durante o confronto, sendo ferido, enquanto o delegado Moysés Santana Gomes também foi alvo de pedras, mas não se feriu. Os veículos utilizados na operação também foram danificados.
A acusação de tentativa de homicídio qualificado se baseia na gravidade das pedras lançadas, com pesos entre 130 gramas e 4,85 quilos, que, segundo a perícia, poderiam causar ferimentos letais imediatos. As pedras foram arremessadas de uma altura de 4,5 metros, com grande força. Além dessa acusação, Oruam é investigado por tráfico de drogas e associação para o tráfico, mas, segundo a defesa, nenhuma droga foi encontrada durante a operação em sua casa.
A defesa do rapper também se manifestou, alegando que a resistência à prisão foi motivada por abuso de autoridade por parte dos policiais. Oruam se entregou à polícia no dia 22 de julho, após o tumulto na operação, e teve sua prisão decretada pela Justiça.
