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28 de outubro de 2025 - 19h22
CLIMA E POLÍTICA GLOBAL

Relatório da ONU mostra avanços nas metas climáticas, mas alerta para lentidão nos cortes de emissõe

Documento divulgado às vésperas da COP30 indica que novos compromissos sinalizam queda das emissões até 2035, mas velocidade ainda é insuficiente

28 outubro 2025 - 16h40Eduardo Laguna
Relatório da ONU aponta queda lenta nas emissões e cobra mais ação global às vésperas da COP30, em Belém
Relatório da ONU aponta queda lenta nas emissões e cobra mais ação global às vésperas da COP30, em Belém - Foto: Reprodução
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Dez anos após a assinatura do Acordo de Paris, um novo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que os compromissos climáticos firmados pelos países estão mais ambiciosos e detalhados do que nunca. A avaliação, divulgada nesta semana, antecede a COP30, que será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro em Belém (PA).

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O estudo analisa 64 novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) registradas até 30 de setembro de 2025, e mostra que há uma tendência de queda nas emissões globais a partir de 2030, com declínio mais acentuado até 2035. No entanto, a velocidade das ações ainda não é compatível com a meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC até o fim do século, como prevê o acordo internacional.

Caminho correto, mas lento demais - Durante o lançamento do relatório, o secretário executivo da ONU para Mudanças Climáticas, Simon Stiell, reconheceu que, pela primeira vez, a humanidade está começando a reduzir a curva de emissões de forma mensurável. “A direção da jornada está melhorando a cada ano, mas temos uma séria necessidade de aumentar a velocidade e de ajudar mais países a tomarem medidas climáticas mais fortes”, alertou.

Segundo os dados, se os compromissos forem integralmente cumpridos, as emissões globais em 2035 estarão 6% abaixo do patamar projetado para 2030 e 17% abaixo do nível registrado em 2019, ano considerado referência para os cálculos.

O relatório também revela uma mudança de mentalidade nos países, com o clima se tornando um pilar central das estratégias econômicas. Cerca de 89% das NDCs atualizadas apresentam metas diretamente ligadas à economia, evidenciando que a neutralidade de emissões já está inserida nos planos de crescimento de diversas nações.

Além das metas de mitigação (redução de emissões), as novas NDCs incluem estratégias de adaptação aos eventos climáticos extremos, transferência de tecnologia e mecanismos de financiamento climático, com destaque para a resiliência — presente em 73% das propostas analisadas.

Acordos avançam, mas implementação exige cooperação internacional - A ONU reforça que, para que os compromissos saiam do papel, será necessário fortalecer a cooperação internacional e encontrar formas inovadoras de destravar financiamentos, especialmente para países em desenvolvimento. “As metas estão mais claras e abrangentes, mas a ação prática precisa se intensificar rapidamente”, aponta o documento.

As novas NDCs analisadas respondem por cerca de 30% das emissões globais atuais, o que indica um avanço em relação à abrangência e qualidade dos compromissos anteriores. Ainda assim, a organização alerta que é preciso ampliar a adesão e acelerar a implementação, para evitar os efeitos mais severos das mudanças climáticas.

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