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Europa sofre com calor recorde e especialistas alertam para agravamento das ondas térmicas

Altas temperaturas atingem países do continente e antecipam efeitos cada vez mais intensos das mudanças climáticas

2 julho 2025 - 15h55Redação
Paris foi uma das cidades castigadas pela alta de temperaturas
Paris foi uma das cidades castigadas pela alta de temperaturas - Foto: DIMITAR DILKOFF

Calor acima dos 38°C tem provocado alertas e impactos em várias regiões da Europa nesta semana. Cidades italianas, áreas da França, Alemanha e Reino Unido enfrentam ondas de calor fora do padrão histórico, com eventos extremos que, segundo especialistas, tendem a se tornar cada vez mais frequentes e intensos em razão das mudanças climáticas.

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Segundo o Serviço de Mudança Climática Copernicus, ligado à União Europeia, algumas das temperaturas registradas nos últimos dias nunca haviam sido observadas antes em determinados locais. “É realmente incomum”, afirmou Carlo Buontempo, diretor da entidade.

Na Itália, ao menos 16 cidades estão em estado de alerta. Em Paris, o topo da Torre Eiffel foi fechado aos visitantes por causa do calor. Já no sul da França, um reator nuclear teve as operações suspensas após o aumento da temperatura da água utilizada para resfriamento, que poderia colocar a fauna do rio em risco.

Em Londres, o torneio de tênis de Wimbledon registrou a abertura mais quente de sua história, com os termômetros ultrapassando os 32°C.

Alta pressão e ar quente da África - Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma forte massa de ar seco vinda do norte da África está aprisionada sobre a Europa Ocidental por um sistema de alta pressão atmosférica, conhecido como “domo de calor”. Esse fenômeno impede a formação de nuvens e mantém o calor concentrado próximo ao solo.

O pico da onda de calor deve avançar pela França, Bélgica, Países Baixos e Alemanha nesta quarta-feira (2), com previsão de alcançar a Polônia já na quinta (3).

Buontempo destaca que o cenário está alinhado ao que se espera diante do avanço do aquecimento global: “Com as mudanças climáticas, ondas de calor mais intensas, longas e frequentes se tornam uma realidade. E é exatamente isso que estamos vendo”.

A Europa é particularmente vulnerável aos efeitos do calor extremo por conta da estrutura urbana e do perfil demográfico da população — com uma alta proporção de idosos. Segundo a OMM, mais de dois terços das ondas de calor severas registradas no continente desde 1950 ocorreram a partir do ano 2000.

“A situação para o continente é preocupante”, alertou Peter Carter, diretor do Climate Emergency Institute. “Secas e calor alimentados por combustíveis fósseis só tendem a se agravar. Não há volta — apenas avanço contínuo.”

Além do desconforto térmico, o calor extremo eleva o risco de incêndios florestais e pressiona sistemas de saúde e infraestrutura urbana.

Brasil também sofre os efeitos - Embora no hemisfério sul seja inverno, o Brasil também tem sentido os efeitos das mudanças no clima. O verão 2024/2025 foi o sexto mais quente desde 1961, com temperatura média 0,34°C acima da normal entre 1991 e 2020. O verão anterior já havia batido recordes históricos de calor.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o país teve nove ondas de calor em 2023 e outras oito em 2024. A OMM define essas ondas como períodos em que as temperaturas máximas ficam de 5°C a 7°C acima da média por, no mínimo, cinco dias consecutivos.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta um aumento de mais de sete vezes no número de dias com ondas de calor no Brasil ao longo das últimas três décadas — saltando de sete para 52 dias por ano.

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