A onça pintada, batizada de Miranda, resgatada com as quatro patas queimadas no Pantanal de Mato Grosso do Sul, já se alimentou e segue em recuperação sob monitoramento intensivo no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande. O animal foi encontrado na quarta-feira (14) pelo Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap), em colaboração com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Polícia Militar Ambiental (PMA), e levado ao CRAS na manhã de quinta-feira (15).
Primeiras horas de cuidados intensivos no CRAS - Após ser sedada para o transporte e primeiros atendimentos, Miranda foi colocada em um recinto adequado dentro do CRAS, onde recebeu carne e água. Segundo a coordenadora do CRAS, Aline Duarte, a onça já se alimentou, mas ainda se recupera da sedação e continua sendo monitorada. “A Miranda foi colocada em local apropriado, com grades, pois é um animal muito agressivo. É um animal carnívoro e tem hábitos noturnos, ontem no final do dia nós oferecemos alimentação, carne, e colocamos água no recinto. Agora de manhã verificamos que ela se alimentou, comeu tudo e bebeu água também. Mas ela ainda está se recuperando da sedação, então é necessário acompanharmos se está dentro do esperado”, afirmou Aline.
Miranda recebendo os devidos cuidados
Resgate rápido e eficaz - O resgate de Miranda aconteceu de forma ágil, sendo concluído em menos de 24 horas após o aviso inicial. De acordo com a coordenadora operacional do Gretap, Paula Helena Santa Rita, a operação foi desencadeada após trabalhadores rurais avistarem a onça mancando. “Ela foi monitorada pelo Ibama e nós fizemos o resgate. O animal foi encontrado dentro de uma manilha. E em menos de 24 horas após sermos acionados, ela já estava no veículo para ser trazida a Campo Grande”, relatou Paula.
Tratamento especializado para queimaduras - Miranda passará por um tratamento específico para as queimaduras, incluindo o uso de ozônio e pomadas especiais, além de uma série de exames laboratoriais e de imagem para avaliar a extensão dos danos e outras possíveis complicações, como a inalação de fumaça. “Toda vez que a gente vai fazer um manejo com ela, é necessário fazer uma sedação por uma questão de segurança dela e nossa também, da equipe. Está previsto nesse final de semana a gente fazer todo o manejo necessário para verificar como ela está de saúde, ter uma visão mais ampla”, explicou Aline Duarte.
No CRAS todos os cuidados são realizados para garantir que a onça pintada
Outros animais resgatados e situação dos incêndios - Além de Miranda, o CRAS também está cuidando de um filhote de veado com queimaduras, resgatado durante um incêndio florestal, e monitorando um filhote de anta em Bonito. Ambos os animais também são vítimas das queimadas que assolam a região do Pantanal. O filhote de veado foi encontrado sozinho em uma área queimada e deverá permanecer sob cuidados até atingir a fase adulta, enquanto a anta, ferida nas patas, segue em recuperação no Recinto de Amparo e Reabilitação de Animais Silvestres (RARAS).
O filhote de veado-catingueiro foi resgatado durante incêndio florestal na Aldeia Alves de Barros, entre Bodoquena e Bonito (Foto: Álvaro Rezende)
Os resgates ocorreram no contexto da Operação Pantanal 2024, que já dura 137 dias e envolve a atuação contínua do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) e outras forças na contenção de incêndios florestais em várias regiões do estado. Até esta sexta-feira (16), onze focos de incêndio permaneciam ativos, com esforços concentrados nas proximidades de Costa Rica, Alcinópolis e outras localidades do Pantanal.
