
Após décadas de espera, moradores do bairro Parque do Lageado, na zona sul de Campo Grande, começam a ver uma transformação concreta no cotidiano. Com investimentos do Governo de Mato Grosso do Sul, o local está recebendo pavimentação, drenagem, calçadas acessíveis e, principalmente, uma ponte de concreto sobre o córrego Lageado, encerrando uma história marcada por travessias arriscadas sobre uma pinguela improvisada.

A nova ponte, com 40 metros de extensão, interliga as ruas Francisca Gonçalves Figueiredo e Gaudilei Brum, conectando dois bairros historicamente isolados: Parque do Lageado e Jardim Manaíra. A obra faz parte de um conjunto maior de intervenções coordenadas pela Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), com início em 2024 e previsão de entrega para o segundo semestre de 2025.
Fim de uma travessia arriscada e início de uma nova fase - Para moradores antigos, como a aposentada Maria Madalena da Silva, de 71 anos, o impacto das melhorias é histórico. Desde que se mudou para o bairro, em 1975, ela precisou atravessar o córrego diariamente para trabalhar como empregada doméstica. "Era só mato. A gente passava em cima de uma tábua pra ir ao serviço. Quando enchia o córrego, cheguei a usar canoa", relembra.
Maria Madalena resume o sentimento atual em uma frase: "Hoje, a gente pode pôr a mão pro céu". Agora, com ruas asfaltadas e uma ponte segura, ela e os vizinhos vivem uma realidade completamente diferente. “Em época de chuva, a gente colocava sacola nos pés para não atolar no barro. Era uma luta pra viver aqui, mas vencemos”, relata.

Infraestrutura e oportunidade para o comércio local - A transformação do bairro não se limita à melhoria da mobilidade. A nova infraestrutura já impulsiona pequenos empreendimentos e valoriza o comércio local. Andréia Medeiros de Souza, 46 anos, moradora há seis anos do Lageado, também enfrentava a travessia pela pinguela diariamente. “Passava com medo. Muitas amigas já foram assaltadas ali. Agora, com a ponte, a gente sonha com uma rua mais segura”, afirma.
Com a chegada das obras, Andréia abriu uma pequena mercearia, acreditando na valorização da região. “Já tem vizinho construindo comércio. Isso aqui vai virar uma rua movimentada”, prevê.
Ponte fortalece segurança e autoestima no bairro - O engenheiro mecânico Fábio Silva, 36 anos, vive no bairro há 19 anos e está entre os que decidiram investir com a nova realidade. Ele está abrindo uma bicicletaria próximo à ponte. “Antes não dava pra abrir nada. Era assalto, buraco e barro. Com a ponte, vem o asfalto, vem o fluxo. Já tem amigo montando serralheria, outro vai abrir loja de troca de óleo. Isso aqui vai virar uma rua comercial”, projeta.
Para Fábio, o impacto da ponte vai além da mobilidade: “A gente melhora em tudo: na educação dos nossos filhos, na autoestima do bairro, no valor dos imóveis. Era um sonho. Agora virou realidade”.
Obra leva dignidade e integração entre os bairros - Segundo o secretário de Infraestrutura e Logística do Estado, Guilherme Alcântara de Carvalho, a ponte é uma obra simbólica de dignidade e integração urbana. “Era um pedido antigo e necessário. Estamos mudando a geografia da região, levando infraestrutura, mobilidade e abrindo novas oportunidades de desenvolvimento”, afirmou.
Além da ponte, a obra também contempla a pavimentação da rua Tristão dos Santos, o que amplia ainda mais o acesso entre os bairros e facilita o trânsito local.

Investimento e escopo da obra - O projeto total contempla:
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7.991,28 m² de pavimentação asfáltica
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619,98 metros de drenagem
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2.576,22 m² de calçadas com acessibilidade
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Sinalização viária completa
O investimento é de R$ 6,7 milhões, com recursos do Governo de Mato Grosso do Sul. A entrega está prevista para o segundo semestre deste ano.
Com essas ações, o Estado reafirma seu compromisso com a urbanização e o desenvolvimento das regiões mais carentes da capital, promovendo cidadania, segurança e novas perspectivas para milhares de famílias.
