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Desde adolescente, Glauce Jane Parra Batista tinha consciência de que sua vocação era servir. Foi pensando nisso que optou pela faculdade de Administração Pública e com essa formação ingressou no Poder Judiciário, em 1983. Nele seguiu carreira em áreas técnicas como Secretaria de Finanças, Administração, assumindo ainda funções de chefia em setores diversos como compras e licitação, sempre focada no seu propósito de coletividade.
Servidora diligente, mãe de um casal de gêmeos e de um menino caçula, ela teve muita ajuda da família e de funcionários no cuidado e na criação dos filhos enquanto se dedicava ao trabalho. E foram muitas vezes em que precisou estar distante das crianças para cumprir missões pelo Tribunal.
Seu filho caçula ainda era um bebê de pouco mais de 1 ano de idade quando o Desembargador Nildo de Carvalho assumiu a Presidência do TJMS. Os tempos eram conturbados, a situação financeira da Corte era muito difícil e o novo Presidente deixou aberto para que quem tivesse sugestões, que as apresentassem em seu gabinete.
Glauce trabalhava nessa época na Assessoria Jurídica da Presidência. No setor só havia um computador muito disputado. Ela recorda que pegou uma lapiseira que carregava consigo e começou a traçar um plano, escrevendo no verso de folhas já utilizadas.
Fazendo uso de todo conhecimento adquirido na Universidade Federal, foi rascunhando seu projeto e circulando pelas áreas do TJ, mapeando a estrutura existente. Alguns meses depois apresentou o relatório ao Presidente sugerindo uma série de mudanças para enxugar a máquina, evitar o retrabalho, entre tantas mudanças que foram muito bem aceitas pela gestão.
Com o sucesso da empreitada, ela assumiu a diretoria da Secretaria de Administração e entregou outro relatório no final da gestão do Desembargador Nildo, agora voltado para os Juizados. O próximo Presidente, Desembargador Rêmolo Letteriello, a manteve no cargo e ela abraçou um novo projeto: a informatização de cerca de 18 comarcas em apenas 1 ano.
Foram tempos em que Glauce e sua equipe foram muito exigidas. Dias incontáveis de trabalho até de madrugada e fins de semana. A Secretaria de Administração abraçava áreas que hoje estão subdivididas em outras secretarias. Então era de sua responsabilidade e de execução de sua equipe as obras físicas, a instalação e compra de equipamentos, entre muitas demandas para concretizar a missão dada pelo Presidente.
Mas o trabalho mais importante para ela surge na gestão seguinte, do Desembargador José Augusto de Souza. Talvez não tenha sido a atribuição mais impactante para a instituição, pondera Glauce, mas foi a mais importante para ela, pessoalmente.
Nesse período em que surge também a incumbência de criar do zero a Assessoria de Planejamento, Glauce se emociona ao recordar de sua participação na criação da Justiça Itinerante e Comunitária, projeto que foi até as comunidades periféricas da Capital, identificando problemas com o intuito de auxiliar aqueles que não tinham acesso à justiça formal. Tudo isso veio ao encontro direto de sua vocação profissional, servir ao público, e foi muito gratificante para ela participar desse processo.
Até sua aposentadoria em 2015, aos 32 anos de prestação de serviços ao Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul, Glauce deixou sua marca em outras diversas ações. E assim pode enfim dedicar-se exclusivamente à sua família, plano de vida que tem abraçado com muita alegria.
