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COTIDIANO

O blazer preto da empatia: servidora do Detran-MS transforma normas em gestos de gentileza

Conhecida pelo gesto acolhedor, Vera Martins empresta o próprio blazer para mulheres que chegam à agência sem roupas adequadas à foto da CNH e mostra que atendimento público também é sobre cuidado e respeito

11 outubro 2025 - 07h50Maria Edite Vendas
Servidora do Detran-MS ajuda mulheres durante renovação da CNH com o blazer preto da empatia
Servidora do Detran-MS ajuda mulheres durante renovação da CNH com o blazer preto da empatia - (Foto: Divulgação Detran)

Na Agência do Detran-MS do Shopping Campo Grande, uma servidora tem se tornado símbolo de empatia e delicadeza. Sempre que uma mulher chega para renovar a CNH e percebe que a blusa não se enquadra nas regras para a captura da foto, é o blazer preto de Vera Martins que entra em cena.

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“Já perdi as contas de quantas vezes emprestei. Às vezes a pessoa vem direto do trabalho, de blusa de alça ou estampada, e acaba sendo pega de surpresa. Eu sempre digo: calma, a gente dá um jeitinho. O importante é sair daqui com o documento pronto e satisfeita”, conta Vera, com um sorriso sereno.

O gesto simples — emprestar o blazer — tem se repetido tantas vezes que já virou parte da rotina da unidade. Mas, por trás da gentileza, há também uma orientação técnica.

Fotos usadas em documentos oficiais, como RG e CNH, seguem normas federais e estaduais que buscam garantir a identificação precisa da pessoa. As regras determinam que as roupas devem ser neutras e sem estampas chamativas, evitando regatas, alças finas ou ombros descobertos.

“As orientações seguem padrões nacionais e internacionais de identificação civil. A padronização da imagem assegura a fidelidade do registro, evitando inconsistências e possíveis fraudes”, explica o diretor de Habilitação do Detran-MS, Luiz Fernando Ferreira dos Santos.
“Por isso, é fundamental que os servidores orientem com clareza e respeito, mantendo sempre o equilíbrio entre técnica e acolhimento.”

Essas diretrizes são baseadas na Resolução nº 1.006/2023 do Contran e nas normas da Senatran, alinhadas aos padrões internacionais da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO).

Itens religiosos, como véus e turbantes, são permitidos desde que o rosto permaneça totalmente visível. O cabelo deve estar arrumado, sem cobrir sobrancelhas ou orelhas, e não são aceitos bonés ou óculos escuros. Além disso, é preciso manter expressão neutra, sem sorriso, no momento da foto.

Servidora do Shopping Campo Grande empresta seu blazer de 8 a 10 vezes ao dia (Foto: Divulgação Detran)

Na última quarta-feira (8), Gisele Michaloski Bezerra de Araújo viveu na prática o que já se tornou um símbolo na agência. Ela chegou ao Detran para renovar a habilitação usando uma blusa regata e foi prontamente acolhida pela servidora.

“Fui pega de surpresa, não sabia que não podia tirar foto assim. Fiquei impressionada com a atenção da equipe. A Vera me emprestou o casaquinho e tudo deu certo. Parabéns pelo atendimento!”, elogia Gisele.

Para a gerente regional de Campo Grande, Juliana Castro, atitudes como a de Vera refletem o propósito do órgão de unir técnica e sensibilidade no atendimento público.

“Mesmo em procedimentos técnicos, é possível agir com empatia e gentileza. O exemplo da Vera mostra que servir com atenção e respeito é parte essencial do trabalho público”, afirma Juliana.

Mais do que seguir regras, o gesto de Vera transforma um momento burocrático em uma experiência humana. Um blazer preto emprestado pode parecer um detalhe, mas simboliza algo maior: a construção de um serviço público mais humano, acolhedor e próximo da realidade das pessoas. “Pequenos gestos fazem diferença”, resume Vera. “E a gente nunca sabe o dia que alguém está tendo. Se posso ajudar, por que não?”

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