BANNER FESTIVAL DA CARNE 1260X200PX-v1
INTERNACIONAL

Terremoto no Afeganistão deixa 1.400 mortos e mais de 3.000 feridos; resgates enfrentam dificuldades

Desastres naturais se somam às múltiplas crises no país, e a comunidade internacional é chamada a agir rapidamente

2 setembro 2025 - 10h15Redação
Soldados do Talibã e civis carregam vítimas de terremoto em um aeroporto em Jalalabad, Afeganistão, em 1º de setembro de 2025
Soldados do Talibã e civis carregam vítimas de terremoto em um aeroporto em Jalalabad, Afeganistão, em 1º de setembro de 2025 - (Foto: Stringer/Reuters)
Terça da Carne

O número de mortos no terremoto de magnitude 6 que atingiu o leste do Afeganistão no domingo, 31 de agosto, subiu para 1.400 nesta terça-feira (2), com mais de 3.000 feridos, segundo informações divulgadas pelo porta-voz do Taleban, Zabihullah Mujahid, no X (antigo Twitter). As equipes de resgate enfrentam grandes dificuldades para chegar às áreas mais afetadas, em razão da localização remota e do terreno montanhoso da região.

Canal WhatsApp

O terremoto destruiu aldeias inteiras, deixando moradores presos sob os escombros de casas feitas principalmente de barro e madeira, materiais que não resistiram ao impacto do tremor. De acordo com Mujahid, os números de vítimas reportados até agora referem-se apenas à província de Kunar, uma das mais afetadas pela tragédia.

As autoridades do Taleban estão mobilizando helicópteros e outros meios para resgatar feridos em áreas de difícil acesso. No entanto, um funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que o número de vítimas pode aumentar de forma exponencial à medida que os esforços de resgate se intensifiquem.

Indrika Ratwatte, coordenador residente da ONU para o Afeganistão, afirmou que a situação é crítica. "Não podemos nos dar ao luxo de esquecer o povo do Afeganistão, que já enfrenta múltiplas crises. As comunidades estão exaustas, e as decisões que tomarmos agora são de vida ou morte", disse ele em entrevista coletiva.

Esse é o terceiro grande terremoto desde a volta do Taleban ao poder em 2021, e se soma a outras dificuldades enfrentadas pelo país, como a economia fragilizada, cortes no financiamento humanitário e a repatriação forçada de milhões de afegãos do Irã e Paquistão.

Ratwatte explicou que a destruição de casas feitas de barro e madeira agrava a tragédia, pois os telhados caem sobre os ocupantes durante os tremores, gerando um número elevado de mortes e ferimentos. O terremoto ocorreu durante a madrugada, quando a maioria das pessoas estava dormindo, o que pode ter aumentado ainda mais a quantidade de vítimas.

Apesar de o Taleban ter feito um apelo por ajuda internacional, a resposta tem sido limitada devido a crises globais concorrentes e à oposição a algumas políticas do governo talibã, como a proibição de mulheres e meninas trabalharem em ONGs.

A suspensão de parte da ajuda financeira dos Estados Unidos ao Afeganistão no início deste ano também contribui para a escassez de recursos, especialmente para a rede de saúde local. De acordo com Kate Carey, vice-chefe do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários no Afeganistão, mais de 420 unidades de saúde foram fechadas ou suspenderam atividades por falta de financiamento, sendo 80 delas localizadas na região leste, epicentro do terremoto.

Carey alertou que as instalações de saúde restantes estão sobrecarregadas, com poucos recursos e pessoal disponível para atender à crescente demanda, especialmente em um momento crítico, quando o atendimento de emergência é fundamental nas primeiras 24 a 72 horas após o desastre.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop