A estrutura prisional de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, acaba de ganhar um reforço importante voltado à humanização e à segurança. Na manhã da última sexta-feira (1º), a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) inaugurou o novo "Solar de Inclusão", espaço construído no Estabelecimento Penal Masculino de Corumbá (EPC) com foco no acolhimento inicial de pessoas privadas de liberdade.
A nova ala, com 61,2 m², foi projetada para melhorar as condições de ingresso no sistema penitenciário, conforme diretrizes da Lei de Execução Penal. São duas celas com capacidade total para 28 internos, além de área externa para banho de sol. A inauguração também marcou a entrega de novos equipamentos de segurança para os policiais penais das unidades masculina e feminina da cidade.
Na mesma solenidade, foram entregues novos equipamentos de segurança para uso dos policiais penais
A criação do Solar de Inclusão representa um salto significativo na organização interna do presídio. Segundo o diretor do EPC, Ricardo Baracat, a ala ampliou a capacidade total da unidade de 358 para 386 vagas, um aumento de quase 10%.
Ala recebeu novas camas para os internos
O espaço foi construído com investimento de R$ 94.379,49, dos quais mais de R$ 66 mil vieram de recursos de penas pecuniárias, liberados pela Justiça de Corumbá, com acompanhamento do Ministério Público. A obra utilizou mão de obra de 22 internos, gerando economia ao Estado e promovendo remição de pena e capacitação profissional.
Para o diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini, a entrega simboliza o esforço conjunto para modernizar o sistema prisional com foco na ressocialização e na segurança.
“A gente só consegue alcançar isso com a união de esforços, e essa é a prova viva disso aqui hoje. É uma entrega de todos”, declarou.
Maiorchini também destacou o papel silencioso, mas estratégico, do sistema prisional na segurança pública, através de ações de inteligência e resultados concretos.
Durante a cerimônia, foram entregues espingardas calibre 12, munições de elastômero e coletes balísticos para reforçar a segurança dos policiais penais. O material será utilizado pelas equipes das unidades masculina e feminina de Corumbá, fortalecendo o aparato operacional nas rotinas do sistema penitenciário local.
Presentes no evento, os juízes Melyna Machado Mescouto Fialho e Idail de Toni Filho reforçaram o apoio do Judiciário ao sistema prisional de Corumbá.
A juíza corregedora da 1ª Vara Criminal de Corumbá, Melyna Fialho, elogiou a estrutura do EPC e se colocou à disposição para contribuir com as ações de segurança e ressocialização. Já o juiz Idail de Toni Filho destacou a transformação da unidade nos últimos anos, lembrando o desafio inicial e o avanço obtido com o envolvimento de diferentes instituições.
“Hoje é outra realidade. Graças ao esforço da Agepen, do Ministério Público, da comunidade e de todos os envolvidos, o presídio está em uma qualidade exemplar”, afirmou.
Nos últimos seis meses, a unidade de Corumbá apresentou melhorias relevantes. Entre elas, o diretor Ricardo Baracat apontou a ampliação da cobertura de saúde, com mais de 12 profissionais atuando por meio de convênio com a SES (Secretaria de Estado de Saúde), e a reorganização dos internos conforme perfis específicos de custódia.
Outro destaque é o aumento da ocupação em atividades laborais, que subiu de 20% para 39%. Na área educacional, mais de 40 internos estão matriculados no ensino fundamental e médio, e outros 14 cursam ensino superior a distância. O projeto de remição pela leitura também tem ganhado força, com mais de 55 participantes ativos.
Baracat ainda agradeceu o apoio do Conselho da Comunidade de Corumbá e reafirmou o compromisso com um sistema prisional eficiente, mais humano e seguro.
Compromisso com cidadania e reintegração
A entrega do novo espaço e dos equipamentos reafirma a proposta da Agepen de atuar não apenas na contenção, mas na transformação social. O fortalecimento da estrutura física e da atuação operacional é acompanhado por políticas que promovem dignidade, acesso a direitos e possibilidade de reintegração para os reeducandos.
A iniciativa mostra que, mesmo diante dos desafios, é possível conciliar segurança com ações voltadas ao respeito aos direitos humanos e ao futuro das pessoas privadas de liberdade.
